O Estado português pode estar, inadvertidamente, a fornecer informação confidencial à empresa proprietária do WhatsApp, a Meta de Mark Zuckerberg, aos serviços de intelligence do estado estrangeiro em que essa mesma empresa está sediada, os Estados Unidos, e a qualquer outro estado estrangeiro que tenha um hacker competente. A suspeita tem ganho força depois de o ex-adjunto de João Galamba ter afirmado que discutiu assuntos de estado com a ex-CEO da companhia aérea nacional através do WhatsApp e que as mensagens desapareceram.
Frederico Pinheiro fez estas declarações para justificar porque não pode entregar registos das conversas “sensíveis e confidenciais” que teve com Christine Ourmières-Widener. Aparentemente a ex-gestora “tinha a opção de apagar automaticamente as mensagens no Whatsapp ao fim de alguns dias”.
Há poucos dias o Daily Mail explicava que por muito “encriptada” que a “informação ponto a ponto seja”, e por muito que queiramos acreditar que a informação é “apagada” dos servidores, ela está acessível a quem souber e conseguir recuperá-la ou exigir legalmente a sua cedência.
A notícia também faz referência a violações de privacidade a partir de serviços, plataformas ou dispositivos que podem ser utilizados para recolher informação privada.
O Tik Tok, por exemplo, tem estado a ser banido das estruturas estatais em diversos países (incluindo a União Europeia) por práticas ilegais e violação de privacidade, e que foi até, em abril deste ano, alvo de dois processos em Portugal. A chinesa Huawei também está a ser alvo de sanções nos Estados Unidos. O próprio WhatsApp, detido pela norte-americana Meta, tem estado no centro das atenções devido a este tipo de preocupações.
Em junho do ano passado, um porta-voz da ONU anunciou que os funcionários da organização estavam proibidos de usar o WhatsApp, porque a plataforma “não é um mecanismo seguro”.
De referir que o smartphone de Jeff Bezos, guru da tecnologia e um dos homens mais ricos do mundo, foi hackeado através do WhatsApp.
Fonte: Daily Mail