Os roteadores Wi-Fi transmitem de forma contínua frequências de rádio que os nossos telefones, tablets e computadores captam e usam para ficarem online. À medida que as frequências invisíveis viajam, refletem ou passam por tudo à nossa volta – paredes, móveis e até nós próprios, os nossos movimentos e até mesmo a nossa respiração, alteram ligeiramente o caminho do sinal do roteador para o dispositivo.
Estas interações não interrompem a ligação à Internet, mas podem sinalizar quando alguém está com problemas. O americano NIST – Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia – desenvolveu um algoritmo, designado BreatheSmart, que pode analisar essas mudanças minúsculas na respiração para ajudar a determinar se alguém na sala está com dificuldades respiratórias. E pode fazê-lo com os roteadores e dispositivos Wi-Fi já disponíveis.
Em 2020, os cientistas do NIST começaram a tentar ajudar os médicos a combater a pandemia da COVID-19. Outros trabalhos anteriores exploraram o uso de sinais Wi-Fi para detetar pessoas ou movimentos, mas essas configurações geralmente exigiam dispositivos personalizados, e os dados desses estudos eram muito limitados.
Os testes já foram feitos com um manequim usado para treinar profissionais médicos, com um roteador e recetor Wi-Fi meramente comercial pronto a usar. Este manequim foi projetado para replicar várias condições respiratórias, desde respiração normal até respiração anormalmente lenta, respiração anormalmente rápida, asma, pneumonia e doenças pulmonares obstrutivas crónicas. O que altera o sinal Wi-Fi é a forma como o corpo se move enquanto respiramos num ritmo diferente do habitual ou desejável. “É aqui que podemos alavancar a aprendizagem profunda [capacidade da máquina de reconhecer padrões e analisar novos dados]”, explicou Coder.
Os investigadores aguardam, agora, por propostas do foro comercial para se usar o processo apresentado nos testes como uma framework para criar programas de telecontrolo da respiração.
Fonte: Engadget