Um vírus altamente contagioso “semelhante ao Ébola” está a despertar a atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS), que emitiu um alerta de emergência devido à elevada taxa de mortalidade e à forma como este se propaga.
O vírus de nome “Marburg”, que regista uma taxa de mortalidade que variou entre 24% e 88% em anteriores surtos, tem potencial para “espalhar-se em larga escala”, segundo a OMS, e fez recentemente uma vítima mortal em Gueckedou, na Guiné.
A morte de uma pessoa infetada com o vírus levou a OMS a emitir um comunicado sobre o caso, onde refere que cerca de 150 pessoas que estiveram em contacto com a vítima estão já a ser monitorizadas. Do corpo da vítima foram retiradas amostras do vírus para análise em laboratório.
Denota-se que este novo vírus regista vários sintomas coincidentes com os do vírus Ébola, sendo o sintoma mais comum a febre hemorrágica, com os casos mais graves a registarem falência de órgãos. A localização geográfica da vítima mortal coincide também com a origem dos mais recentes surtos de Ébola, entre 2014 e 2016, que posteriormente se alastrou à África Ocidental, bem como, em 2021, na Guiné.
De acordo com a OMS, a transmissão do vírus para humanos surgiu através de morcegos frugívoros, com a transmissão entre seres humanos a acontecer após contacto direto com fluidos de pessoas infetadas. O vírus pode também espalhar-se através de superfícies e materiais que contenham esses fluidos.
Atualmente, ainda não existe vacina para a prevenção do vírus Marburg, nem qualquer tratamento antiviral, sendo apenas possível conter alguns dos sintomas com tratamentos específicos para cada um deles.
No comunicado, a OMS aponta que “a taxa de mortalidade (do vírus) variou entre os 24% e os 88% em surtos passados, dependendo da estirpe do vírus e da gestão dos casos”. A organização denotou ainda que “em África, surtos anteriores e casos esporádicos foram registados em Angola, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e Uganda.”
O vírus Marburg foi identificado em 1967, onde foram registados 31 casos na Alemanha e na Jugoslávia, sendo posteriormente identificada a origem do surto em testes de laboratório em Uganda.