A Universidade do Texas, uma das principais escolas de ciência de computação nos Estados Unidos, vai iniciar um programa online de mestrado internacional em inteligência artificial “de grande escala e baixo custo”, lê-se no New York Times.
Este novo programa, o primeiro do género entre as escolas de computação de elite, pode ajudar a expandir a força de trabalho nesta área, numa altura em que gigantes da tecnologia como a Microsoft estão a investir milhões em IA, mas, por outro lado, fizeram grandes despedimentos noutras áreas.
A universidade anunciou o curso, aberto a estudantes internacionais a partir da primavera do próximo ano, por um custo aproximado de 9.300 euros, acreditando que esta formação pode ajudar a dar um novo rumo profissional a quem acabou por ficar sem trabalho nesta recente vaga de despedimentos no setor.
“A inteligência artificial está a tornar-se numa ferramenta essencial em áreas muito fora já das empresas de tecnologia, como biotecnologia e finanças”, disse Adam Klivans, professor de ciência da computação no Texas e diretor do mestrado de IA online. Klivans defende, ainda, que o curso pode acrescentar valor a funcionários que estão no ativo, mas a necessitarem de fazer uma atualização. O financiamento para desenvolver o novo programa de mestrado veio, em parte, da National Science Foundation.
A universidade explica que o corpo docente está preparado para ministrar os cursos de mestrado on-line através de palestras em vídeo previamente gravadas, juntamente com algumas sessões interativas. Também vão participar membros do corpo docente envolvidos num programa de pesquisa interdisciplinar na universidade chamado “Good Systems”, que visa o desenvolvimento de ferramentas de IA cujos potenciais benefícios sociais superam os seus “estragos”.
O programa de mestrado online vai incluir cursos avançados em áreas como machine learning, aplicações em saúde e processamento de linguagem natural, que ajuda assistentes de voz como a Siri e a Alexa a entenderem a fala humana. Cada curso também inclui disciplinas teóricas em ética para dar aos alunos uma estrutura moral que os ajude a entender as implicações sociais da IA.
“Em cada uma das aulas, o instrutor pedirá aos alunos que reflitam sobre os possíveis benefícios e malefícios das tecnologias que estão a aprender”, disse Peter Stone, professor de ciência da computação no Texas que ministra um curso de ética na robótica. “As pessoas que desenvolvem a próxima geração de tecnologias, assim como os utilizadores, devem ter uma visão realista de quais são os pontos fortes e fracos da IA”, acrescentou.
Mais informações sobre o curso na página do novo programa.