Quer sejamos meros utilizadores ou comerciantes, a dependência de redes como o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp tem-se tornado esmagadora. Face à ameaça da Meta (empresa de Mark Zuckerberg, dono das redes sociais mencionadas) vir a retirar os seus serviços da União Europeia por conta do envio de dados dos seus utilizadores para os EUA, parece-me urgente pensarmos em alternativas.
Durante a pandemia, a rede social “do pássaro-azul” registou um enorme crescimento. E, apesar desse aumento no número de novos utilizadores estar a diminuir, esta rede fundada em 2006 tem vindo a oferecer algumas ferramentas que podem ajudar a substituir o serviço base da empresa de Mark Zuckerberg.
Com a possibilidade de criar publicações, sequências de publicações, partilhar imagens, vídeos, GIF’s, definir quem pode responder ao nosso tweet, agendar e ainda criar sondagens, esta rede revela-se, por si só, completa.
Ao contrário do Facebook, o Twitter possibilita diferentes esquemas de cor, permitindo ainda ter um modo de visualização claro, escuro ou com as “luzes totalmente apagadas” (interface a preto).
Com definições de privacidade crescentes – como proteger a nossa conta, quem nos marca em fotografias ou quem nos pode enviar mensagem privada -, a plataforma tem vindo a ganhar a sua popularidade.
No que toca ao ramo empresarial, o Twitter permite promover tweets, ver o alcance de cada um e os seus dados estatísticos. Criar listas e seguir tópicos é sempre algo bom para a organização da nossa conta e das partilhas que fazemos com os nossos seguidores. Acresce ainda uma nova funcionalidade em que podemos criar newsletters.
Claro que nem tudo é perfeito. Sabemos que o Facebook é uma poderosa ferramenta de algoritmos por meio dos dados recolhidos. E, apesar da forma como isto afeta a nossa privacidade, garante que alguns negócios consigam atingir precisamente o público-alvo. Claro que isto não torna o Twitter uma plataforma de anúncios obsoleta, mas talvez possamos experimentar uma maior demora em alcançar o que queremos. O certo é que a plataforma indica que as pessoas passam 26% do tempo a ver anúncios no Twitter do que noutra plataforma. Podes conhecer como anunciar na rede aqui.
Criada em 2010, o Pinterest é conhecida como “a rede das imagens e ideias”. Na verdade, e nas vezes em que entro na robusta aplicação (tem, por exemplo, um modo escuro), perco horas. Pronto, não são horas, mas isto para vos indicar como todo o conceito é atrativo.
Organizada por um feed com base nos nossos gostos e contas seguidas, o Pinteret é um gigante álbum fotográfico de ideias. Partilhar na rede torna-se fácil e, quer sejam meras fotografias, vídeos ou artigos de blogues e sites, criar coleções pessoais privadas, públicas ou partilhadas, eleva a experiência.
O Pinterest tem dado passos na vertente dos negócios, onde se torna possível criar uma página profissional, uma ideologia semelhante à do Facebook, e que torna esta uma rede alternativa aos comerciantes.
Torna-se ainda curioso como a rede indica que os anúncios na sua plataforma conseguem resultados 2,3% melhores por publicação e um maior retorno (de 2%) por anúncio.
As ferramentas de anúncio conseguem ser semelhantes ao Facebook, destacando-se diversos gráficos para uma melhor interpretação. Podes ficar a saber como anunciar no Pinteret aqui.
Flickr
Fundado em 2014, o Flickr é dos sites de partilha de imagens mais conhecidos. Tendo a fotografia (e as suas vertentes artísticas) como palco, os flashes estão apontados para uma utilização sem “histórias” ou venda de produtos.
Com uma atenção completamente virada para a criatividade, podemos facilmente aderir a grupos, criar exposições e participar em desafios/eventos. A plataforma oferece ainda uma conta Pro para eliminar anúncios, oferecer estatísticas avançadas, subscrições limitadas em softwares de imagens (como a Adobe) e upload e backup ilimitado de fotografias.
Dos pontos positivos da rede destaca-se a possibilidade de usar tags e identificar diversas especificações técnicas das fotografias, assim como manter a resolução original das mesmas.
Telegram
Parece difícil arranjar uma alternativa viável e segura para as nossas conversas, mas é algo que o Telegram tem vindo, desde 2013, a fazer.
Com uma interface direta e completa, esta plataforma de conversas consegue chegar aos calcanhares do WhatsApp e ainda elevar a experiência. Como, perguntam vocês? Bem, atendendo a que a plataforma permite a criação de grupos em que o utilizador pode aderir, torna-se muito fácil para um negócio, blogue, site, artista, autor, criar newsletters que sejam distribuídas nestes grupos em que só o autor do mesmo pode enviar mensagens.
É certo que, para quem procura uma solução empresarial, o Telegram não consegue competir com a loja virtual que o WhatsApp for Business oferece. Porém, se soubermos usar os recursos básicos, estamos perante um substituto digno de entrar nesta lista.
Snapchat
Vivemos na era das Histórias, da partilha de momentos. O verdadeiro pioneiro neste meio foi o Snapchat: uma plataforma de partilha e envio de fotografias, vídeos e mensagens que desaparecem.
A popularidade da aplicação tem vindo a esmorecer, o certo é que com uma aplicação para Android totalmente renovada e que consegue igualar a sua versão em iOS, estamos perante a melhor alternativa a uma das funcionalidades mais recentes do Instagram.
Blogues
Sim, os blogues. Aqueles espaços online onde podemos personalizar tudo. Desde o URL até à interface, ter um blogue torna-se no melhor meio para empresários. Não é só o poder criarmos uma loja virtual, é conseguirmos aparecer nos motores de busca, estarmos próximos dos nossos clientes ou seguidores e, quiçá, investir em publicidade pelo Google Ads.
As plataformas de hospedagem são enormes e, quer se escolha o blogs do Sapo, quer o WordPress, um blogue torna-se num investimento seguro e duradouro. E, se for algo que dê mesmo sucesso, pode facilmente converter-se num domínio profissional.
Bónus: Desvaneio
Amantes de livros e procuram uma alternativa ao Goodreads, da gigante Amazon? A portuguesa Desvaneio é a solução perfeita. Não só se tem tornado num sucesso entre os leitores portugueses, como permite ainda a troca e venda de livros.
Apesar de não ser uma alternativa tão completa quanto o Goodreads (que oferece uma versão web), esta aplicação disponível para Android e iOS torna-se numa opção segura e que foge à gigante corporativa.
Não temos de ser peões neste “jogo de Monopoly”
É fácil pensar que estamos reféns de uma só plataforma. Porém, quando existem alternativas seguras, independentes e, atrevo-me a dizer, pioneiras, está nas nossas mãos fugir das “casas de privacidade” de corporações como a Meta ou a Amazon. O preço a pagar por estas escolhas pode ser invisível, mas está nas nossas mãos escolher a quem confiamos os nossos dados pessoais, profissionais e de navegação.