O evento Microsoft Surface de setembro trouxe-nos uma panóplia de novos produtos, desde o novo smartphone com duplo ecrã Surface Duo, ao acessível hibrido Surface Go 3, passando também pelo inovador Surface Laptop Studio.
No meio de tantos produtos de qualidade, a Microsoft teve ainda espaço para lançar a nova geração do computador híbrido Windows mais famoso do mundo: o Surface Pro 8. Esta nova geração aproxima-se do Surface Pro X no design e recebe um aumento qualitativo considerável face ao Surface Pro 7. Mas quão melhor é o novo híbrido?
O Surface Pro 8 está num patamar acima do seu antecessor
O primeiro impacto ao olhar para o Surface Pro 8 é de que estamos perante um dispositivo com design muito semelhante ao do Surface Pro X. A Microsoft manteve o mesmo tamanho do chassi, mas faz um aproveitamento melhor do espaço do painel frontal face ao Surface Pro 7, ao encurtar as margens e ao aumentar o ecrã.
Este aumento de 12.3 polegadas para 13 polegadas terá também os benefícios práticos que um ecrã maior oferece, mas não podemos deixar de destacar que há também um salto qualitativo. Enquanto o ecrã do Surface Pro 7 se ficava pelos 60Hz de taxa de atualização, o Surface Pro 8 eleva esse número aos 120Hz, que traz vários benefícios associados, desde uma experiência de navegação mais suave, uma utilização da caneta interativa mais precisa (especialmente melhorada com a nova Surface Slim Pen 2) e, para os fãs dos videojogos, mais frames por segundo. E por falar em jogos, o novo tablet chega de fábrica com a aplicação Xbox instalada, bem como um mês gratuito do Xbox Game Pass Ultimate.
Mas continuando no tema do ecrã, a experiência de utilização será (pelo menos, segundo as especificações) superior, já que este painel tem suporte para Dolby Vision e também se trata do primeiro dispositivo Surface a chegar com sensor de cor ambiente, capaz de adaptar os tons do ecrã e o seu brilho de acordo com o lugar onde o utilizador se encontra, de forma automática (muito semelhante ao True Tone da Apple). A resolução do ecrã do Surface Pro 8 aumenta face ao seu antecessor, passando agora a 2880×1920 pixeis, devido ao maior ecrã. Mantém-se, ainda assim, a densidade de pixeis por polegada de 267ppi.
O Surface Pro 8 é também uma máquina mais potente do que o Surface Pro 7. Sem surpresas, a Microsoft incluiu aqui os novos processadores Intel de 11ª geração, que apesar do salto geracional a nível de CPU, será mais notório graças aos gráficos integrados Íris Xe. Olhando às versões base de ambos Surface Pro 8 e Surface Pro 7, é possível constatar que o primeiro leva grande vantagem, já que chega com um processador Intel Core i5 (quad-core) e 8 GB de RAM, enquanto o Pro 7 apenas inclui na sua versão base um processador Intel Core i3 (dual-core) com 4 GB de RAM a acompanhar.
O novo modelo pode, aliás, ser configurado com até 32 GB de RAM (16 GB era o limite no Pro 7) e com opções de armazenamento SSD de 128, 256, 512 e 1 TB, que podem ser substituídos. De acordo com os dados da própria Microsoft, o Surface Pro 8 consegue obter uma melhoria no desempenho em 40% face ao seu antecessor, sendo que o processamento gráfico representa um salto de 74% face ao Surface Pro 7.
Apesar destes números não terem ainda sido postos à prova pelos utilizadores, a Microsoft proclama uma melhoria ao nível da autonomia, garantindo que o Surface Pro 8 chegará às 16 horas de utilização com uma carga completa, mais 5.5 horas que aquelas anunciadas pela Microsoft aquando o lançamento do Surface Pro 7. Já o carregamento do novo dispositivo é também superior, sendo capaz de levar a bateria dos 0 aos 80% em apenas meia hora.
Um destaque muito conveniente para a utilização do novo Surface Pro 8 será a forma de guardar a Surface Slim Pen 2 num compartimento próprio montado no teclado Surface Pro Signature Keyboard, que também faz o carregamento esta caneta.
Por fim, o Surface Pro 8 surpreendeu pela conectividade. Sem fios, a história é a mesma, com ambos os modelos a terem acesso a Bluetooth 5.1 e Wi-Fi 6, com a opção 4G LTE exclusiva às empresas. No entanto, o Surface Pro 8 melhora bastante no que toca a entradas, já que deixa de parte a entrada USB-A e o leitor de cartões SD, para incluir duas entradas Thunderbolt 4. E uma das principais vantagens destas entradas é a possibilidade de utilizar o Surface Pro 8 com até dois ecrãs 4K 60 Hz ou, se o utilizador assim preferir, um ecrã com resolução 8K a 30 Hz.
O preço base sobe, mas será que se justifica?
Uma das questões mais abordadas após o lançamento do Surface Pro 8 prendeu-se com o seu preço. Apesar dos seus preços ainda não terem sido anunciados para o mercado português (só cá chega em 2022), o novo 2-em-1 começa nos 1.099 dólares no mercado norte-americano, quase o dobro dos 599 dólares da versão base do Surface Pro 7.
Esta subida de preço é, no entanto, bastante enganadora. A versão base do Pro 7 traz consigo um processador dual-core com 4 GB de RAM, o que o coloca num patamar bem inferior ao seu sucessor. Se utilizarmos uma configuração equivalente, com um processador Intel Core i5 e 8 GB de RAM, o Surface Pro 7 apresenta um preço de 799 dólares (em Portugal, com um preço de 769 euros em alguns revendedores), o que ainda assim fica a 300 dólares de diferença do novo modelo.
Aqui chegados, é fácil perceber que o Pro 7 será uma melhor opção para aqueles que possuem um orçamento mais curto, já que está disponível numa versão ligeiramente mais acessível. O seu design, à parte do ecrã, mantém-se muito semelhante ao novo 2-em-1, com uma excelente construção e suporte para caneta interativa e teclado. Este poderá mesmo ser uma opção válida para um estudante com um budget apertado, pelo que continua a ser uma opção recomendável.
No entanto, para aqueles que desejam obter a melhor performance de um 2-em-1 da Microsoft, não há neste momento outra opção que garanta o nível de desempenho e portabilidade que o Surface Pro 8 garante, pelo que será recomendável para os utilizadores que necessitem de um dispositivo pronto para tarefas mais pesadas e que tirem partido das entradas Thunderbolt 4.