A Estação Espacial Internacional (EEI), um marco da exploração espacial e cooperação internacional, está a aproximar-se do fim da sua vida útil. A NASA e a SpaceX estão a unir forças para garantir que a desorbitação da EEI seja realizada de forma segura e controlada. Este artigo explora os planos detalhados para a desorbitação da EEI, o papel crucial da SpaceX e o que o futuro reserva para a exploração espacial.
Em 2023, a NASA adjudicou à SpaceX um contrato no valor de 843 milhões de dólares para desenvolver uma versão avançada da nave espacial Dragon, com capacidade suficiente para desorbitar a EEI. Esta missão está prevista para ocorrer após 2030, quando a estação terá completado mais de três décadas de operação.
A nave espacial Dragon, que já completou com sucesso 42 missões à EEI desde o seu voo inaugural em 2010, será modificada para esta tarefa monumental. A versão atualizada da Dragon será três a quatro vezes mais potente e transportará seis vezes mais propelente do que as versões anteriores. As modificações incluirão novos tanques de propelente, aviônicos, motores, hardware térmico e fontes de energia.
Preparativos e Execução
O plano envolve o lançamento da nave Dragon modificada cerca de 1,5 anos antes da manobra final de desorbitação. Após acoplar-se à EEI, a estação será deixada a deteriorar-se naturalmente da sua altitude operacional de cerca de 250 km até aos 220 km acima da superfície da Terra.
Quando a EEI atingir esta altitude crítica, a Dragon realizará uma série de queimas de propulsores para ajustar a órbita da estação, preparando-a para uma reentrada controlada na atmosfera terrestre. O objetivo é garantir que a estação se desintegre sobre uma região desabitada do oceano, minimizando qualquer risco para a vida humana ou propriedades.
Sarah Walker, diretora de gestão de missões Dragon da SpaceX, explicou que a manobra de desorbitação envolve várias etapas complexas. Primeiro, a nave realizará queimas para colocar a estação numa órbita elíptica baixa. Em seguida, uma queima final de reentrada será executada para garantir que a estação intercepte a Terra no local pretendido.
A nave Dragon será equipada com 16 propulsores Draco para controlar a sua posição no espaço, além de 30 motores adicionais na secção traseira, que fornecerão os 10.000 Newtons de empuxo necessários para mover a EEI.
O Legado da EEI
Desde o seu lançamento em 1998, a EEI tem sido um símbolo de cooperação internacional e avanço científico. Mais de 270 astronautas de várias nações têm realizado milhares de projetos de pesquisa na estação, contribuindo para o progresso da ciência e da tecnologia.
Apesar de estar em boas condições, a EEI está a aproximar-se do fim da sua vida operacional. A NASA espera que novas estações espaciais comerciais estejam prontas para uso, garantindo o acesso contínuo ao espaço próximo da Terra. Além disso, a agência está a olhar para o futuro com o programa Artemis, que visa colocar humanos na Lua e, eventualmente, em Marte.
A desorbitação da EEI marcará o fim de uma era na exploração espacial, mas também abrirá caminho para novas oportunidades e avanços. A colaboração entre a NASA e a SpaceX é um exemplo de como a cooperação entre entidades públicas e privadas pode alcançar feitos extraordinários.
Fonte: Ign