A Nikon pondera abandonar o fabrico de novos modelos de digital single-lens reflex cameras (DSLR). Apesar da decisão, a centenária marca japonesa já fez saber que não está em causa a produção e distribuição dos modelos já existentes, enquanto opta por, de momento, apostar no desenvolvimento de produtos mirrorless (sem espelhos e com lentes intercambiáveis).
Segundo a notícia, a saída da Nikon do mercado de DSLRs deve-se ao aumento da concorrência com as câmaras dos smartphones.
O mercado das câmaras portáteis explodiu entre o final do século passado e o início deste. As câmaras digitais chegaram a representar 80% das vendas de todos os tipos de câmaras no mundo. Contudo, os smartphones, tomaram de assalto este setor da economia, já que os aparelhos começaram a ter lentes cada vez melhores e com valores mais acessíveis.
Outro aspeto bastante relevante para conduzir a uma mudança no comportamento dos consumidores foi o advento das redes sociais. Depois do surgimento da chamada “Web 2.0”, os media passaram a valorizar e potenciar fotografias casuais ao mesmo tempo que se exigia uma enorme portabilidade desses ficheiros. Mais uma vez, os smartphones ganharam terreno.
A também japonesa Canon, que lidera o mercado de DSLRs e é a principal concorrente da Nikon, já tinha anunciado no ano passado que o modelo EOS-1D X Mark III seria o último de DSLR. A Kodak e a Polaroid já abandonaram por completo este mercado.
A Nikon ainda não emitiu um comunicado oficial sobre esta possível decisão que está a ser propagada pelos media, mas para reforçar o rumor, ainda assistimos ao hiato da Nikon, no que toca ao lançamento de novos produtos, tendo o último modelo sido lançado em fevereiro de 2020: a última topo de gama da família de câmaras reflex, com capacidade de captação, em modo contínuo, até 14 fotogramas por segundo com focagem automática.