Um grupo de cientistas dos Estados Unidos conseguiu reproduzir o poder do sol em laboratório, tendo obtido o resultado inédito de um valor de produção de energia superior ao consumido: 2,5 megajoules de energia produzidas e 2,1 megajoules utilizados para alimentar os lasers. A notícia vem detalhada na BBC.
O método vai ser trabalhado e melhorado, precisamente para se tornar numa fonte energética alternativa capaz de dar resposta aos desafios atuais, diz o diretor Mark Herrmann. A experiência teve lugar no Laboratório Nacional Lawrence Livermore.
Este avanço científico está relacionado com a energia de fusão nuclear, que vem a ser estudada desde os anos 50 do século passado como uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, por não produzir efeitos de gases de estufa.
192 lasers gigantes no laboratório fizeram “explodir” um pequeno cilindro – do tamanho de uma borracha de lápis – que continha uma protuberância congelada de hidrogénio envolta em diamante, detalha a notícia. Os feixes de laser entraram nas partes superior e inferior do cilindro, vaporizando-o. Isso gerou um ataque interno de raios-X, que comprime uma pastilha de combustível das formas mais pesadas de hidrogénio. Depois, em menos de nada (na verdade em menos de 100 trilionésimos de segundo), 2,05 megajoules de energia bombardearam o pellet de hidrogénio. O produto dessa fusão permitiu atingir um fator de 1,5 no ganho de energia líquido – net energy gain.
Assim, foi a primeira vez que cientistas conseguiram produzir mais energia do que a que é utilizada para alimentar os lasers, para ativar esta reação.
Mark Herrmann acrescentou que esta inovação vai permitir “expandir os conhecimentos” e permitir trabalhar menos “à base de extrapolações” e “com mais confiança”.
O avanço chega numa fase de crise energética global e em que diversos Governos e entidades têm procurado fontes de energia alternativas, tentando escapar aos combustíveis fósseis.