É neste período, iniciado a 31 de outubro até ao dia 12 de novembro, que os líderes mundiais se vão reunir em Glasgow, na COP26. Esta Conferência das Partes (COP) diz respeito à convenção das Nações Unidas a respeito das alterações climáticas. Tendo-se iniciada em 1992 e tendo a última acontecido na França, onde se assinaram os famosos Acordos de Paris (COP21), chegou a altura dos líderes se reunirem para acordar aquilo que poderá ser a última oportunidade para salvar o planeta.
Com uma participação de cerca de 25 mil pessoas, entre políticas, ativistas e cientistas, a cimeira será copresidida pelo Reino Unido e Itália. Todavia, irá notar-se a ausência do presidente chinês e do presidente da Rússia. Porém, com negociações a acontecer até para lá do fim de semana de 12 de novembro, a agência France Press reunir alguns mitos e verdades para ajudar na consciencialização e combater a desinformação.
As alterações climáticas não passam de teorias da conspiração
Sendo algo que se ouve com frequência, ainda parte da população acredita nisto. Que estas teorias não passam de uma forma de controlo dos Governos ou cientistas perante os habitantes locais! Algo que implicaria uma artimanha maior do que qualquer filme de James Bond.
Todavia, algo acessível são os diversos estudos e livros científicos a respeito da temática e que demonstram que as alterações climáticas são bem reais. Na verdade, as próprias Nações Unidas dispõem de um painel onde cientistas, de forma gratuita, contribuem com o seu conhecimento e para metodologias de investigação que são do domínio público. Um dos exemplos é o último relatório, com as suas 3500 páginas e publicado em agosto.
O tempo sempre mudou
Sim, o planeta Terra sempre alternou entre períodos glaciares e outros períodos de degelo. Algo que, pelos cientistas, acontece a cada 100 mil anos. Todavia, conhecemos por meio dos dados disponíveis que:
“A temperatura global da superfície aumentou mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos, durante pelo menos os últimos dois mil anos”
pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas o órgão das Nações Unidas.
As alterações climáticas não são causadas pelo homem
Muitos ainda acreditam que o impacto do homem nas alterações ao nosso planeta é nulo. Todavia, segundo Painel das Nações Unidas que desenvolveu um modelo climático, conclui como as emissões de gases de efeitos de estufa, como o carbono, influenciam negativamente não só a atmosfera, como o oceano e a terra.
Podes obter a informação detalhadamente no relatório publicado.
O aquecimento do planeta é bom
É impossível esquecermos a postura do antigo presidente dos EUA, Donald Trump, a respeito dos Acordos de Paris e da forma como via toda a situação global. Na verdade, este acreditava que termos clima frio só demonstrava que o planeta não aquecia.
Porém, sabemos que não são meros dias o suficiente para que isso se torne verdade e temos consciência como, ao longo das décadas, as temperaturas têm aumentado. Se pensarmos no exemplo da Sibéria, partes suas poderiam tornar-se possíveis de expandir os recursos alimentares, mas o aumento da temperatura levará ao derretimento de permafrost. Uma camada que protege, para nosso bem, o equivalente a 1,7 triliões de toneladas de carbono orgânico. Algo que causaria problemas sem precedentes.
Sabemos ainda das diversas zonas que irão desaparecer por conta da subida do nível das águas do mar, e como uma subida de dois graus é suficiente para um aumento de meio metro, ou mais.
Há cientistas que não acreditam nas alterações climáticas
Apesar de alguns apresentarem dúvidas, o consenso de centenas de milhares de cientistas, torna realidade os diversos estudos aprofundados que surgiram nas últimas décadas. Na verdade, de acordo com um estudo da Universidade de Cornell, nos EUA, mais de 99% dos artigos referentes às alterações climáticas atribuem a sua responsabilidade ao Homem.
Conseguimos ainda, por meio da comunicação social, ver as diversas notícias de verões e invernos atípicos por todo o mundo e, quer seja por furacões, incêndios, ondas de calor ou cheias, o clima tem devastado cidades, vidas, economias e países. Na verdade, segundo uma análise feita pelo Instituto Mercatos, estes efeitos das alterações climáticas têm impacto em 85% da população mundial.