Quer estejamos a usar um computador, tablet ou simplesmente o nosso telemóvel, a probabilidade de vermos numa página de internet uma opção para ativar/desativar os cookies ou, simplesmente escolhermos aqueles que queremos que estejam ativos, é prato do dia. Estas bolachas, como poderemos traduzir, têm cinco funcionalidades principais e com uma história que remonta ao ano de 1994.
O que são os cookies?
Sem uma origem de nome consensual, para explorar os cookies podemos recorrer a uma analogia muito simples: são biscoitos que, na sua essência, espalham migalhas dos sites que visitamos.
São ficheiros armazenados localmente e, como indicado, têm cinco funcionalidades de destaque:
- Cookies Essências: Relacionados com a parte técnica do site visitado, permitem guardar a sessão do utilizador quando este acede à sua conta, ou simplesmente ajudar a adicionar produtos ao carrinho numa loja online (na verdade, foi este último ponto que levou à criação destes biscoitos).
- Cookies de Personalização: Estes cookies são os responsáveis por guardar as preferências dos utilizadores (daí o nome de personalização). Um exemplo desta preferência possível de ser escolhida pelo utilizador é quando este aceita estes cookies para não voltarem a mostrar uma nova mensagem na próxima vez que se entra no mesmo site.
- Cookies de Análise: Cookies que permitem recolher dados relativamente à navegação e comportamento do utilizador no site utilizado. Estas informações permitem determinar os horários com mais visitas, o desempenho do servidor onde está alojado o site e que, em última instância, ajuda a que agentes publicitários segmentem de melhor forma os seus anúncios na internet.
- Cookies de Terceiros: Permitem medir um determinado sucesso da publicidade de agentes externos ao site.
- Cookies de Publicidade: Face aos dados recolhidos, estes cookies permitem selecionar a publicidade que mais se adequa ao perfil do utilizador.
Atualmente, torna-se mais fácil compreender, ao navegarmos num site, quais as informações recolhidas do utilizador e de quem as vai utilizar. Em especial quando existem cookies permanentes, isto é: aqueles que ficam armazenados no nosso navegador; e os cookies de sessão, aqueles temporários e que desaparecem após se sair do site.
Podemos bloquear esta recolha de informação?
Não só os navegadores de internet permitem bloquear os cookies, como de bloquear a publicidade que pode resultar da recolha das nossas preferências online.
No caso de bloquear os cookies, podemos recorrer às janelas de navegação privada. Estas janelas, apesar de não garantir o anonimato, permitem uma experiência limpa de biscoitos. Todavia, uma vez que nem sempre se usa esta navegação, poderemos recorrer a bloqueadores de publicidade. A oferta é vasta nas diversas lojas de aplicação. No meu Microsoft Edge uso o Adblock Plus, gratuitamente disponível pela loja de extensões da Microsoft. Com ofertas semelhantes noutros navegadores, torna-se fácil limpar o nosso registo e salvaguardar, em parte, alguma da nossa privacidade.
Todavia, existe ainda uma forma muito mais simples: a de, no momento de aceder a um site, recusarmos toda e qualquer recolha. No exemplo dado nas imagens, é possível de obtermos “MAIS OPÇÕES” onde, e só aqui, se torna possível de “REJEITAR TODOS” os cookies e de guardar a nossa escolha. Nota que se terá de fazer isto de todas as vezes que visita o site (isto acontece porque impedimos os cookies de personalização).
E apagar os dados recolhidos?
Da mesma forma que podemos bloquear ou restringir os cookies recolhidos, os navegadores permitem fazer essa limpeza. Esta opção encontra-se sempre ligada à limpeza do histórico de navegação, onde podemos facilmente selecionar a opção alusiva aos cookies. De notar que, como até indica o navegador Edge, a limpeza destes cookies irá obrigar-me a voltar a iniciar a sessão em certos sites.
Os navegadores começam também a implementar algumas destas funcionalidades, como o caso do novo Edge, que oferece três níveis de prevenção:
Em suma…
Apesar de dados essência serem necessários para uma boa experiência, nem sempre se torna vantajoso de os eliminar. Todavia, numa era onde os nossos dados são fonte de rendimento (por conta dos anúncios, e que até nos podem dar jeito), torna-se importante ter a noção onde estão os nossos dados e quem terá acesso direto a estes. Até porque, por mais que parecem inofensivos, os cookies poderão ajudar a identificar-nos enquanto utilizadores.
Mais uma coisa!
Não poderia terminar este artigo sem falar no assustador substituto dos cookies e que está já em funcionamento em alguns sites. Com o nome de FoC (Federated Learning of Cohorts), este mecanismo, criado pela Google, visa substituir o sistema de Cookies ao agrupar os dados dos utilizadores por grupos (Cohorts) por forma a maximizar e monetizar uma determinada publicidade.
Do que já se sabe, será gerado um ID por cada utilizador que o agrupa semanalmente por grupos. Teremos, contudo, que aguardar por saber qual o futuro deste novo método de processamento, recolha e etiquetagem de dados.