Longe vão os tempos em que navegar na internet era simples e linear. Na verdade, com um maior acesso à informação, foi normal um crescer em serviços e formas de aceder a produtos. Neste meio, o complicado deu lugar a diversas questões éticas relacionadas com a segurança e privacidade dos utilizadores.
MB Way
As compras online tiveram um crescimento gigantesco em tempos pandémicos e, com isto, a proliferação de diversos casos em que este método fácil de gestão financeira foi transformado em algo mais. Transformado em crimes punidos e que geraram, em 2020, 4111 queixas nos órgãos da PSP e GNR.
O que é? Como funciona?
Este serviço desenvolvido pela SIBS, e que se encontra disponível para Android e iOS, permite fazer compras online e em lojas físicas, assim como transferir dinheiro entre contactos, gerar cartões virtuais MB NET, levantar dinheiro recorrendo ao telemóvel, dividir uma despesa ou ainda ser solidário.
A aplicação é gratuita e, em 5% dos bancos portugueses, a funcionalidade de transferir dinheiro para outra conta não tem qualquer custo. Para os restantes 28 bancos, as taxas existem e variam conforme o mesmo.
Estas funcionalidades acontecem pela associação de diferentes cartões bancários (o que o utilizador possuir) na aplicação. E, é neste ponto fundamental e que está associado à criação da conta, que as burlas acontecem.
A resposta está na adesão ao serviço!
A adesão a este serviço pode ocorrer num multibanco ou até na aplicação. No multibanco, após o utilizador inserir o seu cartão bancário e carregar na opção para aderir ao MB Way, será pedido ao utilizador que introduzia O SEU número de telemóvel e, posterior, definir um pin de 6 dígitos que ficará associado ao serviço. Após isto, e de o utilizador descarregar a aplicação onde irá introduzir o seu número de telemóvel e PIN MB WAY, receberá um SMS a confirmar com um código para introduzir na aplicação e validar o correto número associado à conta/cartão.
A ativação no smartphone torna-se também fácil e acontece por meio dos bancos que o suportam (e se tiver o seu contacto telefónico atualizado no banco). Esta acontece por, após se descarregar a aplicação e selecionar a opção “Ainda não tem MB WAY?”, introduzir os dados do cartão bancário, definir o PIN MB WAY de 6 dígitos e indicar o número de telemóvel.
Não obstante, este serviço fica associado a um cartão e ao nosso número de telemóvel, e dispomos ainda deste código único. Uma vez na aplicação, temos a possibilidade de usar dados biométricos para autenticar as nossas transações e/ou movimentos.
Infelizmente, os burlões abusam deste sistema para fazer das suas, em que indicam às suas vítimas para que introduzam numa máquina de multibanco o número de telemóvel do próprio burlão. O que faz isto? Isto leva a que o nosso cartão passe a estar associado ao número de telemóvel dessa pessoa que, depois, poderá esvaziar a nossa conta.
A SIBS, com a comunicação social, vão assim a fazer um trabalho informativo e extremamente ilustrativo para que os cidadãos consigam usufruir deste serviço sem medo. Importa não deixarmos de estar atentos aos nossos dados e de, em caso de dúvida, ganhar segurança ao navegar no site oficial da plataforma. O UPDATED destaca a página de segurança assim como a área de perguntas e respostas, onde tudo é detalhado e exemplificado.
A partilha de nudes
Visto que o Updated se distingue pela diferença na forma como escrevemos para vocês, quando apresentei este tópico ao meu coordenador editorial ele revelou-se reticente. Contudo, quando expliquei o que queria abordar, percebeu a importância do tema e da forma como raramente se fala sobre este assunto.
Quer seja por uma afirmação identitária ou até de busca da mesma, o envio de fotografias íntimas tornou-se fácil na era da proliferação tecnológica. O certo é que com sistemas de mensagens que desaparecem, ou de chats secretos, enviar algo mais íntimo tornou-se, para muitos, num fruto apetecido. Mas será que os mecanismos de segurança de plataformas como o Messenger, WhatsApp, Instagram e Snapchat são suficiente?
Os sistemas operativos e aplicações não dão tréguas
Numa altura onde cada sistema operativo (Android ou iOS) é atualizado anualmente para, nesse intervalo de tempo, aparecerem aplicações que satisfaçam as nossas necessidades, diversas funcionalidades vão surgindo nos nossos telemóveis. E, quer desde uma captura de ecrã até à sua gravação, o caminho para a nossa privacidade parece, cada vez mais, cheio de armadilhas e uma areia movediça capaz de nos fazer esquecer a falsa segurança que temos.
Atualmente, plataformas como o Instagram ou Snapchat avisam os utilizadores de cada vez que uma das pessoas na conversa faz uma captura de ecrã. Porém, aquilo que dei por mim a refletir, é como o mesmo não acontece para a gravação do mesmo.
A gravação de ecrã torna-se numa arma secreta e esquecida
Com o aparecer desta funcionalidade em dispositivos móveis, não só o utilizador pode gravar o ecrã ou o que quer nele, como de escolher se quer som ou não. Isto permite ainda a possibilidade de se fazer GIF´s com o que recebemos, funcionalidade que muitos telemóveis já integram. Visto que as redes sociais não estão ao nível de aplicações bancárias ou de serviços de streaming (com bloqueios a capturas de ecrã e gravação), rapidamente entramos num espaço escuro da evolução tecnológica onde a segurança não existe.
Numa era onde a nossa vulnerabilidade é atacada e onde o que enviamos poderá ser usado para difamação ou perjúrio à nossa imagem, identidade e foro psicológico, ter noção dos avanços tecnológicos torna-se fator-chave na hora de ganharmos consciência. Não no “não deixar de fazer x,y ou z”, mas o de ganharmos poder pela informação e, em último caso, pensamos duas vezes antes de enviar qualquer conteúdo que seja a determinada pessoa.