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Não Olhe para Baixo

Marcus Mendes por Marcus Mendes
29/01/2022
em Opinião, Todos os artigos
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Nesta última semana, um dos assuntos mais quentes no cruzamento entre o mercado financeiro e o mercado de tecnologia foi a divulgação dos resultados financeiros da Netflix, e o consequente tombo que a empresa levou na bolsa americana.

O facto dela ter aumentado o faturamento em mais de 1 bilião de dólares no espaço de um ano não foi suficiente. O facto dela ter aumentado o lucro não foi suficiente. O facto dela ter conquistado mais assinantes do que o esperado, também não foi suficiente. Na verdade, a Netflix poderia ter reportado duas, três vezes mais em todas essas categorias, e ainda assim isso não teria sido suficiente. O motivo? O futuro. Para o próximo trimestre, a empresa já antecipou aos acionistas que enfrentará dificuldades para manter o ritmo da conquista de novos assinantes. E isso, para Wall Street, é inaceitável.

A Netflix está em uma posição bastante difícil. Ela literalmente inaugurou a era do entretenimento via streaming (após perceber que seu negócio original – e que existe até hoje, de envio de DVDs pelo correio não seria exatamente grandioso), e soube negociar acordos que lhe garantiram um catálogo inacreditavelmente vasto de conteúdos vindos de todos os estúdios. Da Warner à Universal, da Disney à Paramount, ninguém quis ficar de fora da nova era da distribuição de conteúdo proporcionada pela Netflix.

Quando surgiram os primeiros sinais de reação da concorrência, a Netflix mais uma vez se antecipou e percebeu que o grande segredo para se diferenciar neste mercado seria oferecer bons conteúdos originais. Ideia esta, é claro, nada original. Durante muitos anos, a HBO diferenciou-se no mercado de entretenimento como a casa de conteúdos exclusivos de qualidade. Sopranos, Sex & The City e Band of Brothers, para listar alguns. Seguindo este script, a Netflix comprou os direitos para House of Cards, e o resto, com o perdão do trocadilho, é história. A cada trimestre, ela reportava um novo crescimento recorde no número de assinantes, bem como a intenção de gastar verdadeiras fortunas no desenvolvimento de conteúdos originais. Pouco tempo depois, ela já conseguia lançar um conteúdo original por dia, enquanto a HBO mal conseguia manter o seu serviço de streaming no ar sempre que estreava um episódio novo de Game of Thrones.

Mas apesar de tudo isso ter acontecido relativamente recentemente, hoje o mercado é outro. Cada grande estúdio de Hollywood tem hoje um, dois, três ou quatro serviços diferentes de streaming, e a oferta de conteúdos nunca foi tão fragmentada. Nem mesmo quando todos ainda assinávamos TV por cabo e, ironicamente, gastávamos menos do que gastamos hoje com a assinatura de tantos serviços diferentes.

Da mesma forma, a Netflix também está a enfrentar um grande problema nos bastidores: a escassez de conteúdos para produzir. Ou melhor, a escassez de conteúdos baratos para produzir.  Com tantos novos serviços de streaming investindo os tubos nas próprias plataformas sem necessariamente precisar apresentar lucros no curto prazo, os artistas e criadores de séries (especialmente nos Estados Unidos) nunca estiveram em uma situação tão confortável para cobrar o quanto eles quiserem pelos direitos dos seus conteúdos.

Mas, ao contrário de uma matéria recente da CNN, o céu não está caindo para a Netflix. Nos relatórios de market share de praticamente todos os países do mundo, ela lidera o mercado com sobra suficiente para, por vezes, ter mais do que o dobro do market share do segundo colocado.

É um facto, é claro, que ela vem perdendo market share junto da desaceleração da conquista de novos assinantes. Mas também é facto que, ao contrário do mercado de streaming de música, as pessoas assinam mais de uma plataforma ao mesmo tempo. Este não é um jogo de soma zero. E quanto mais o mercado seguir sendo inundado por mais e mais concorrentes tentando se tornar a próxima Netflix, a Netflix propriamente dita seguirá se beneficiando do facto de que todos pensam em assinar “a Netlfix, e mais um ou dois serviços”.

Não descartemos também a capacidade da Netflix de se antecipar às tendências que podem beneficiar seus negócios. Foi assim com a mudança do envio de DVDs via correio para o mercado de streaming, foi assim com a mudança do catálogo de conteúdos com o foco em conteúdos originais, e certamente será assim com a (ainda bastante acanhada) entrada no mundo dos jogos, com os ainda irrelevantes games oferecidos como uma parte complementar da assinatura.

É inegável que a situação da Netflix esteja menos confortável do que ela estava quando era a única empresa do mercado de streaming. Mas também é inegável que ela esteja muito, muito longe de estar em uma posição tão delicada que justifique uma queda de 40% no seu valor de mercado. O faturamento, a quantidade de utilizadores e o crescimento (ainda que desacelerado) sustentam isso. No fim das contas, parece que os investidores mais afoitos venderam as ações pelo medo de vê-las cair, e foi justamente isso que derrubou o preço dos papéis. E quem acompanha o mercado financeiro sabe que essa não foi a primeira, e nem a última vez que isso aconteceu.

Tags: Crónica
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