É um título forte, eu sei… E acreditem que várias vezes o escrevi e apaguei, pensando se realmente vos estava a passar a mensagem correta. Concluí que sim, as evidências estavam à vista. O iPad mini 6 veio como uma lufada de ar fresco muito necessária para esta linha, que se julgava estar prestes a ser descontinuada. Não só porque a 5ª geração estava para fazer três anos desde que foi lançada, como também o design era já muito antiquado.
Nota-se que a Apple se empenhou ao trazer uma nova geração do iPad mini, com design fresco e desempenho de topo. Ele é basicamente um iPad Air mais pequeno, só que com algumas melhorias, mas também há compromissos a ter conta e não tão poucos como possas ter ideia…
Os compromissos – falta de suporte a teclados, software não otimizado e fraca autonomia de bateria
E começando já pelos compromissos, não penses que poderás tornar este pequeno iPad num substituto do teu computador, pelo menos não no seu formato convencional de teclado acoplado com trackpad, pois isso não será possível. A Apple deixou de fora o Smart Connector para este modelo de iPad, que possibilita a conexão dos iPads às suas capas teclado. O que é uma pena, seria bem interessante explorar este conceito de pequeno tablet computador. Se o teclado seria pequenino? Sim. Se isso importaria? Honestamente? Não acho, até porque este iPad é já um produto de nicho. O mercado tem vindo a pedir ecrãs cada vez maiores e este tipo de produtos chega só a uma pequena fatia de consumidores, que pretende mesmo algo mais portátil e que aceita os seus compromissos.
Outro compromisso é a exclusão do Face ID. Esta decisão já não é nova, a Apple fez o mesmo no ano passado no iPad Air, e este ano voltou a tomá-la no iPad mini. Parece que só os modelos Pro de iPad têm direito ao reconhecimento facial. Em vez disso, eles chegam com o Touch ID embutido no botão liga/desliga. Se a experiência é boa? É. Se é tão conveniente como o Face ID? Nem por isso…
O Face ID é uma tecnologia maravilhosa que faz com que se sinta um dispositivo mais rápido, acessível e premium. Sinto falta dele todos os dias…
Agora vamos aos dois maiores compromissos neste iPad mini: Bateria e Software.
Começando pela bateria, diria que continua a ter uma boa autonomia para um iPad, mas não é incrível. Se estiver de facto a tentar usar o iPad para várias tarefas do meu dia de trabalho, custa bastante tê-lo sem carregar um dia inteiro, algo que o iPad Air e o Pro aguentam sem problema, já se o uso for mais leve consigo ter bateria para 2 dias no máximo.
Agora o que é muito difícil de justificar, ainda para mais sendo a Apple — a empresa que liga tanto aos pequenos detalhes — é o software não otimizado. O iPadOS não consegue ser excelente neste iPad.
Até no mais básico (ecrã principal) ele comporta-se de forma estranha. O iPadOS não está desenhado para rodar neste dispositivo. Coisas tão elementares como o tamanho do texto demasiado pequeno, margens grandes no software, elementos gráficos demasiado colados, etc… São problemas que vais encontrar neste iPad.
É desanimador, por vezes. Um dispositivo com tanto potencial ter estes problemas de software. Se isso me deixou menos satisfeito com ele? Sim. Se me fez devolver o produto? Não! Porquê? Tenho esperança que à medida que novas versões do iPadOS vão saindo, a Apple corrija o software para este dispositivo. E como disse em cima, quem opta por este tipo de dispositivos está disponível a aceitar compromissos, mesmo que sejam tão difíceis de aceitar como este.
Mas atenção a um fator: Nunca compres um dispositivo à espera de melhorias futuras em software. Porque elas podem nunca vir a acontecer.
As vantagens são também muitas — tamanho compacto, ecrã maior, desempenho de topo e USB-C
Normalmente os compromissos em produtos tão pequenos são bastantes… Acabei de falar-vos num que te poderá ter já desanimado por completo, mas nem tudo é mau neste iPad mini, aliás, na minha opinião supera em larga medida.
Para frustração da concorrência, a Apple provou já várias vezes que um produto “mini” não tem que ser totalmente fraco. Vimos isso no iPad e no iPhone.
A 6ª geração do iPad mini chega-nos com um ecrã maior de 8,3″, apesar do tamanho do chassis ser claramente mais pequeno que as versões anteriores. A Apple adotou neste mini 6 o design dos novos iPads Pro e Air, com ecrã de ponta a ponta com cantos arredondados, o design do chassis é igualmente parecido ao iPad Pro com as suas extremidades planas. É um regalo para a vista e ainda por cima está disponível em três novas cores — para além do básico Space Gray!
“E como estamos ao nível de poder de processamento?” — Calculo que queiras saber… Pois bem, como sabes a Apple não costuma desiludir neste ponto e o iPad mini 6 não é exceção. O coração deste novo mini é o mesmo dos iPhones 13, ou seja, o processador A15 Bionic, por isso, poder de processamento é coisa que não falta a este iPad. E isso nota-se em toda a sua utilização, fluída como manteiga a deslizar numa forma para bolos.
O suporte ao Apple Pencil de segunda geração é também muito bem-vindo, possibilitando transformar o teu novo iPad mini num pequeno caderno de notas, especialmente útil para os estudantes que quanto menos peso carregarem nas suas mochilas, melhor. Outra vantagem do suporte à segunda geração do Apple Pencil é a facilidade em que a caneta se acopla ao tablet, e mesmo também o seu método de carregamento por indução quando acoplada.
Vale ainda a pena mencionar no capítulo das vantagens, o sistema de som deste iPad mini 6. Pela primeira vez temos áudio estéreo neste modelo de iPad, um som que se revela surpreendentemente mais alto e definido, quando comparado aos modelos anteriores.
A experiência de consumo multimédia neste modelo não te vai desiludir, seja para ouvir podcasts, música, ou até ver uma série no Apple TV+.
Outra vantagem é a porta USB-C, que nos chega com esta nova geração, dizendo (finalmente) adeus ao Lightning, como os modelos de iPad Pro e iPad Air. Esta pode parecer uma mudança pequena, porém positiva que torna o iPad Mini amplamente compatível com cabos e adaptadores USB-C que certamente já usarás para carregar ou transferir dados de outros dispositivos na tua rotina diária.
Ainda no campo da conectividade e se estás de olho no modelo Cellular, fica a saber que o novo iPad mini suporta redes móveis 5G. Não é que isso vá adiantar de alguma coisa, pelo menos para já, que o 5G ainda nem sequer foi implantado em Portugal, mas é o futuro da conectividade móvel, por isso é bom encontrá-la num dispositivo de última geração.
A nível das câmaras nota para a grande atualização na câmara FaceTime (frontal) do iPad mini, que é a mesma do iPad Pro, ou seja, estamos perante um sensor ultra grande angular, com mais amplitude de imagem e suporte ao recurso Centre Stage.
Vale a pena comprar o novo iPad mini?
O iPad Mini 6 destaca-se em áreas-chave, incluindo desempenho, portabilidade e conectividade. Diria que o recurso que o distingue é mesmo a portabilidade. E é por aí que deves decidir se esta é a compra certa para ti. Se estás à procura de um tablet pequeno, ele é decididamente o melhor. Se costumas optar por ecrãs maiores, mas não queres gastar muito mais que 500-600€ num iPad, então o iPad Air é mesmo a melhor escolha.
O iPad mini 6 tem o preço recomendado de 569€, para a versão base com Wi-Fi e apenas 64 GB de armazenamento. Podes atualizar para a versão Cellular de 64GB ou para uma maior capacidade de armazenamento de 256 GB (Wi-Fi) pelos mesmos, mas não tão apelativos, 739€.