No próximo ano o Governo quer instalar uma rede de sete centros de competências para apoio à cibersegurança. Apesar de ver a inovação como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento, o Estado acredita que a digitalização e a intensificação do uso da tecnologia e das ferramentas digitais estão na base da criação de um novo paradigma económico e social, que também traz ameaças. A notícia foi dada em comunicado enviado à imprensa.
Esta maior exposição a “agentes de ameaça” vai, inclusivamente, fazer parte da proposta de Orçamento de Estado para 2023, onde se avança que o Executivo “continuará a apostar na capacitação das pessoas, do tecido empresarial e na digitalização da Administração Pública, através de várias iniciativas” e no âmbito do PRR para “robustecer” a cibersegurança nacional.
Assim, e além da instalação de uma rede de sete centros de competências para apoio de primeira linha em cibersegurança, dirigidos a PME e à Administração Local do continente e ilhas, pretende-se ainda formar os primeiros 2.800 especialistas em cibersegurança no âmbito da C-Academy.
E continuando a inovação a desempenhar “um papel fundamental na digitalização do país”, através de “laboratórios de experimentação, o Governo desenhará e testará soluções inovadoras no funcionamento da Administração Pública, com os contributos do LAbX, vencedor dos prémios ESPA 2021 na categoria Innovative Public Administration, e que se dedica ao desenvolvimento de serviços públicos digitais; do LabAP, dedicado à melhoria do atendimento ao público; e ainda dos Laboratórios de Inovação da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM LAB), que se dedicam ao desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadoras para as empresas”.
O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) vai dar formação e alimentar campanhas de sensibilização de profissionais das áreas da saúde e da justiça em articulação com as restantes autoridades nacionais e internacionais. A operacionalização do esquema de certificação da conformidade com o Quadro Nacional de Referência para a Cibersegurança e o desenvolvimento de um esquema de certificação de prestadores de serviços de cibersegurança, também estão entre as prioridades de 2023.
Para apoiar os processos de transformação digital e de transferência de tecnologia, nas PME e na Administração Pública, será criado ainda o polo de inovação digital em cibersegurança – C-HUB e, “no âmbito do Centro Internet Segura (CIS), será implementado o CIS – Cybersecurity LAB”.
Pretende-se ainda operacionalizar o Centro Nacional de Coordenação, no âmbito do Centro Europeu de Competências Industriais, Tecnológicas e de Investigação em Cibersegurança. E, tendo em conta o fim do ciclo de vida da atual Estratégia Nacional para a Segurança do Ciberespaço, durante 2023 será desenvolvida e apresentada uma nova estratégia adaptada à evolução do quadro de ameaças e ao contexto internacional.