Após a cobertura do UPDATED aos equipamentos mais recentes da Google e da Samsung, em especial para os consumidores que não querem sacrificar a carteira com opções mais caras (que, na maioria das vezes, não trazem nada de novo ao smartphone), chegou o momento de comparar o Pixel 6 ao novo Galaxy S21 FE.
As especificações, preto no branco

A construção

Apesar de semelhantes no seu propósito, as principais diferenças começam logo na construção dos equipamentos. Com o equipamento da Samsung a oferecer uma construção que mistura o plástico com toque de vidro na traseira, o ecrã é esse protegido com o vidro mais resistente da Corning: o Gorilla Glass Victus. No caso da Google e do seu Pixel 6, este tem também o Glass Victus a proteger o ecrã e, na traseira do equipamento, uma construção em vidro protegida pelo Gorilla Glass 6.
A resistência de ambos é ainda medida pela certificação IP68 para poeiras e água, ambos têm altifalantes estéreo e sensor ótico para a impressão digital.

Das grandes diferenças temos ainda os módulos fotográficos, onde a escolha da Samsung segue os modelos do ano passado da linha S21, com um recorte que parece fazer parte do frame. A opção da Google vai para algo arrojado e que mistura até duas cores. Aqui cabe ao consumidor perceber o que gosta e de perspetivar como será fotografar com os equipamentos. Confesso que apesar de já não estranhar o design do Pixel, teria algum receio de não conseguir ter um local seguro para pousar os dedos ao tirar fotografias na horizontal, por exemplo. O certo é que o equipamento da Samsung é mais compacto do que o corpo do Pixel 6.
Os ecrãs e as suas tecnologias
Com poderosos ecrãs OLED a 6,4 polegadas, o Pixel 6 dá aos seus utilizadores uma taxa de atualização a 90Hz comparada com o Galaxy S21 FE, com 120Hz.
O utilizador comum poderá não conseguir distinguir entre as diferentes taxas de atualização, mas algo que poderá ser facilmente percetível é a moldura mais fina do dispositivo da Samsung em comparação ao da Google.
O coração dos equipamentos e a vitória na Europa

Tudo isto é alimentado por dois processadores que, por si só, fazem correr muita tinta. No caso da Google, por ser o primeiro processador próprio e que é, na verdade, construído em parceria com a Samsung. Já em Portugal, e ao contrário do resto da linha S21, o S21 FE (tal como o S20 FE) vem com o processador Qualcomm Snapdragon 888 e não o Exynos 2100.

Comparado os dados que temos, o Snapdragon 888 tem uma performance entre 8 a 10% mais rápida que o Google Tensor sendo que este último acaba por ganhar na sua performance em GPU. Isto dá ao Tensor, da Google, um maior poder de Inteligência Artificial e machine learning que permite melhor processamento, como se sabe, na hora de fotografar e gravar vídeos. O mesmo para as tarefas gerais onde os recursos conseguem ser melhor geridos.
Nas ofertas de memória e armazenamento estas são iguais nos dois equipamentos, sendo o utilizador o juiz do que será melhor para si.
Atualizações
Este é dos pontos que, aliado ao das câmaras, ganha a cada ano mais tração e interesse. O certo é que as ofertas da Samsung e Google estão em par, com ambas as empresas a prometer três anos de atualizações de Sistema Operativo e quatro anos de atualizações de segurança.
Sim, a Google consegue ainda lançar mais rapidamente uma versão para os seus equipamentos do que qualquer outra marca, o certo é que são diversos os bugs e problemas nos equipamentos da marca por conta de software. Já a Samsung, apesar de ter suspendido algumas vezes a sua atualização da OneUI 4 para alguns equipamentos, conseguiu no ano passado a proeza de ser a marca a mais rápida disponibilizar as atualizações (para além da Google).
A fotografia

Aqui a “guerra” parece aquecer, já que, no papel, a Samsung parece a melhor por oferecer três sensores fotográficos em comparação com os dois presentes no Pixel 6. Sendo que o número de sensores não é, por si só, o indicativo da qualidade fotográfica de um equipamento, é neste equipamento um indicador de versatilidade, visto que oferece um zoom ótico de 3x. Infelizmente, para mais zoom, esse é feito usando o sensor primário de 12MP, o que não garante os melhores resultados.
Todavia, face ao foco da Google em IA e aprendizagem do sistema, as suas fotografias conseguem sobressair-se graças a um sensor de grande resolução de 50MP. O processamento computacional da Google foi sempre elogiado, sendo que este promete boas fotografias em diferentes situações de luz. Até a lente grande-angular consegue bons resultados. O equipamento da Google também faz zoom, para os interessados. Este está, contudo, limitado a 7x enquanto que o máximo oferecido pelo S21 FE é de 30x (ambos digitais).

Temos ainda de acrescentar as diversas funcionalidades de fotografia oferecidas pela Google no seu equipamento: tons reais para a pele na fotografia, um processamento de imagem posterior que elimina o desfoque em fotografias e um apagador de objetos (ambos disponíveis também no S21 FE), um modo para captar fotografias de longa exposição e um modo para momentos de ação (como para capturar cascadas e ter o efeito de água sedosa).
Qual deves comprar?
Os dois equipamentos não deverão deixar os utilizadores na mão e prometem oferecer performance de ponta, boa bateria, bem como um ecossistema rico. As principais diferenças? Bem, para os amantes da fotografia, sem dúvida que a oferta da Google se revela mais tentadora. Quer seja pelos seus recursos de edição, quer no momento de disparo, o Pixel 6 consegue elevar a fasquia quanto ao Galaxy S21 FE.
Infelizmente a Google encontra-se numa posição diferente, visto que não só a disponibilidade do seu equipamento é quase que restrita, como qualquer problema com o dispositivo implica esforços adicionais. A Samsung aqui ganha, onde a sua presença de marca está já estruturada em todos os mercados e as suas ofertas acabam por igualar a diferença de preço entre os dois equipamentos.