A Google está a desenvolver uma solução assente em Inteligência Artificial para criar música com base em comandos de texto e de som introduzidos pelos utilizadores. Como se já não houvesse “ameaças” suficientes à criatividade humana, agora é o futuro da música que pode vir a passar pelo MusicLM – um algoritmo gerador de música.
Um relatório a que a publicação teve acesso descreve que o MusicLM é “um modelo gerador de música de alta fidelidade a partir de descrições de texto” e que “gera música a 24 kHz que se mantém constante durante vários minutos”. O utilizador pode fornecer uma descrição original completa para criar a música e, depois, ir adicionando outros comandos de texto para ajudar a compor a estrutura da faixa, que é possível ir acompanhando, atualizando e comparando com as versões anteriores.
A Google já disponibiliza mais de 5500 pares de músicas e textos, conhecidos por MusicCaps, na sua página no GitHub. Vale a pena ouvir aqui alguns exemplos:
O primeiro lote demonstra como o MusicLM pode gerar música a partir de indicações textuais ricas, semelhante à forma como o ChatGPT da OpenAI gera as suas famosas respostas a partir das solicitações dos utilizadores. O Google pode alimentar o MusicLM com indicações como: “a banda sonora de um jogo de flippers”, “música rápida e otimista, com um riff cativante de guitarra elétrica”, ou ainda “música repetitiva e fácil de lembrar, mas com sons inesperados, como batidas de pratos ou batidas de bateria”, e a IA processa um tema que atenda a estes critérios.
Também é possível incorporar vozes, embora soem artificiais.
Nesta nova plataforma ainda existe a “Long Generation”, que produz faixas de cinco minutos a partir de descrições curtas, como “tecno melódico” ou “jazz relaxante” e é curioso ver como a música muda de “hora de meditar” para “hora de acordar”. A música muda suavemente de tom, como se estivesse a começar um novo refrão.
Outra experiência interessante que a Google fez foi alimentar o MusicLM com descrições de pinturas famosas para ver que música ele produziria. Se sempre teve curiosidade em saber como “The Starry Night”, de Vincent Van Gogh, soaria como uma música, agora é possível.