Quem acompanha mais atentamente os gráficos de downloads para iPhone, reparou que, nos Estados Unidos, há uma app que se está a destacar. Chama-se “Gas” e, ao contrário do que o nome sugere, não é uma app sobre abastecimento e combustíveis. Trata-se pois, segundo o Businessinsider, de uma rede social destinada a estudantes do ensino secundário.
A rede social do momento aposta na positividade para desafiar os alunos do ensino médio a enviarem elogios anonimamente aos seus amigos através de várias opções que são sugeridas na pesquisa. Na Gas os jovens podem ser porreiros uns para os outros enviando elogios pré-definidos como “este colega provavelmente virá a ser milionário” ou “esta pessoa é o melhor DJ numa festa”. Os restantes utilizadores podem, depois, votar nos elogios.
A app, co-criada por um ex-gerente de produto da Meta Platforms Inc., conseguiu ultrapassar o TikTok e o BeReal enquanto o download gratuito nº. 1 na App Store durante vários dias na última semana.
A Gas é semelhante a uma criação anterior de Nikita Bier, que lhe rendeu um emprego no Facebook, chamada TBH, abreviação de “To Be Honest” – ser honesto. A TBH, que conseguiu financiamento do Founders Fund e da Greylock Partners, tinha mais de cinco milhões de utilizadores quando a Facebook o comprou em 2017. “A razão pela qual construí a Gas foi porque queria trazer de volta o que a TBH fez por tantas crianças há cinco anos, que foi aumentar-lhes a autoestima e espalhar positividade”, disse Bier.
Desde o seu lançamento em agosto, a Gas foi descarregada mais de 500.000 vezes e tem estado entre as 10 melhores do mês. Não deixa de ser curioso que a empresa faz muito pouca publicidade à app, sendo que tal popularidade se deverá, apenas, ao “passa a palavra”.
No entanto, já há críticas à Gas com algumas vozes a alegarem que esta mais não é que uma forma de fazer tráfico de pessoas, pois solicita a localização do utilizador para disponibilizar informação sobre as escolas mais próximas.
Bier já veio, entretanto, desmentir o boato e explicar que a empresa não rastreia ou salva a localização dos utilizadores e que não vende dados pessoais a terceiros. Com tudo isto, o responsável da Gas mostrou-se surpreso com tais acusações: “Projetámos e desenhámos a app para que atingisse um nível extremo de privacidade e segurança”, disse Bier. “Queríamos criar um lugar extremamente seguro precisamente porque temos um público tão sensível. Fomos além das expectativas e das exigências para uma app social normal”.
Gas está disponível apenas para utilizadores de iPhone e nem todos os estados americanos a têm. A subscrição custa cerca de sete euros mensais que Bier justifica com a suspeita de que a app terá uma popularidade grande, ainda que, por certo, passageira.