Funcionários da Amazon um pouco por todo o mundo saíram à rua em protesto justificando que a atual liderança não lhes traz confiança, nomeadamente devido aos problemas com: despedimentos, a obrigatoriedade do regresso ao trabalho presencial, e a pegada, aparentemente, nada ecológica da empresa.
Segundo a CNBC as greves estão a ser organizadas em parte pela Amazon Employees for Climate Justice, que repetidamente pressionou a empresa sobre os seus compromissos climáticos. Os funcionários protestam contra a “falta de confiança na tomada de decisão da liderança da empresa”, disse o grupo.
A Amazon tem levado a cabo as maiores demissões de sempre nos seus 29 anos de história, cortando 27.000 empregos nas suas divisões de computação em nuvem, publicidade e venda de mercadorias, entre várias outras áreas, desde o outono passado. Em maio, a empresa ordenou que os funcionários contratados começassem a trabalhar no escritório pelo menos três dias por semana, pondo fim aos acordos de trabalho remoto que muitos tinham adotado durante a pandemia de coronavírus.
Eliza Pan, cofundadora da AECJ e ex-gestora de recursos humanos da Amazon, disse à publicação que “ainda queremos ter voz nas decisões importantes que afetam todas as nossas vidas, e os trabalhadores de tecnologia vão defender-se, uns pelos outros, pelas nossas famílias, pelas comunidades onde a Amazon opera e pela vida no planeta Terra”.
A Amazon garante que não fará mais cortes no número de funcionários, mas continua a ter de lidar com uma economia frágil e a desaceleração das vendas online, deixando os funcionários na insegurança de que novos despedimentos ainda podem ocorrer a breve trecho.
A reação ao mandato de regresso ao escritório espalhou-se para um canal interno do Slack, e os funcionários criaram um grupo chamado Remote Advocacy para expressar as suas preocupações. A Amazon diz, todavia, em comunicado que a empresa vê vantagens no regresso ao escritório: “Há mais energia, colaboração e relações a acontecer. Ouvimos isso de muitos funcionários e das empresas que estão perto dos nossos escritórios. Estamos a fazer um esforço para tornar essa transição o mais suave possível para os funcionários”.
Os funcionários também querem chamar a atenção para as preocupações de que a Amazon não esteja a cumprir com os seus compromissos climáticos. O mais recente relatório de sustentabilidade da Amazon, mostra que as suas emissões de carbono aumentaram 40% em 2021 em relação a 2019, ano em que revelou o seu plano “Climate Pledge”. Os funcionários também destacaram um relatório do ano passado por Reveal do The Center for Investigative Reporting que descobriu que a empresa subestima a sua pegada de carbono contando apenas as emissões de carbono do produto da marca Amazon, e não aqueles que compra de fabricantes e vende diretamente ao consumidor.
Fonte: CNBC