Os desafios de segurança cibernética são cada vez maiores para as fintechs, com o fator humano a ser um dos principais fatores de preocupação. Os nativos digitais estão preparados para afastar as ameaças do ponto de vista técnico, mas vão ter de dar atenção a outro ponto crucial de segurança – o julgamento humano – limitando os seus erros através de formações educativas para equipas e clientes.
No primeiro trimestre de 2022, as fintechs sofreram 2,5 vezes mais ataques do que nos dois anos anteriores. A taxa crescente de crimes cibernéticos aumentou a agitação do mercado e questionou até que ponto as fintechs estavam preparadas. No meio digital há a ideia de que os players do setor bancário são mais suscetíveis a este tipo de ataques, do que outras instituições bancárias tradicionais e com mais recursos.
No entanto, Thibaud Catry, chefe de conformidade da ConnectPay, disse que as alegações sobre a diminuição da segurança das fintechs não fazem sentido, embora tenha incentivado um reforço das equipas de defesa devido ao aumento das ameaças cibernéticas.
“Nos dias de hoje, o tamanho de um negócio não determina a capacidade de afastar os novos assaltantes”, disse Catry. “Os departamentos maciços de prevenção de fraudes que os bancos tradicionais têm estão a ficar obsoletos, já que o paradigma de “força em números” mudou para “força em tecnologia”. Agora é possível evitar fraudes com a mesma – ou até maior – eficiência com menos pessoas simplesmente utilizando as ferramentas e automação apropriadas”, acrescenta Catry.
O responsável da ConnectPay também observou que, de certa forma, a credibilidade de longa data dos bancos tradicionais os coloca em maior risco. Por exemplo, em ataques de phishing, os grandes bancos costumam ser um alvo mais atrativo para os hackers, uma vez que atendem um número significativamente mais alto de pessoas.
“Se uma pessoa tem uma conta num banco reconhecido e recebe uma notificação a informar que a sua conta foi bloqueada, é provável que clique no link. Como resultado, os golpistas frequentemente visam pessoas que usam os nomes de bancos mais comuns, exploram o reconhecimento da marca para atrair clientes inconscientes”, conclui.
Ao comparar o período pré-pandemia com os primeiros dois anos da pandemia, os relatórios indicam que as taxas de ataques de fraude online dispararam 233%. As fintechs também não ficaram imunes, com ataques aos players do setor aumentando em 70% em 2021.