Antlers — Faminto vem do produtor Guillermo Del Toro e diretor da Crazy Hearts/Hostiles, Scott Cooper. No seu núcleo, e no papel, pôde-se compreender o que atraiu Del Toro para este projeto. É uma característica sangrenta da criatura que é também algo como uma fábula distorcida sobre crianças torturadas, lidando com abusos. Quem estiver familiarizado com o trabalho de Del Toro verá tons espirituais partilhados entre este filme e clássicos como The Devil’s Backbone ou Pan’s Labirynth. No entanto, embora não seja de modo algum um mau filme, também não está de modo algum ao nível do brilho desses dois filmes.
Parte dessa razão deve-se ao facto de o estilo de Cooper parecer um pouco enfadonho. O ritmo é incrivelmente lento para um filme que, na realidade, é incrivelmente tenso. Além disso, infelizmente, embora venha de um lugar fantástico, parece haver muitas ideias que não são tão exploradas ou enérgicas como eu queria, tanto do ponto de vista emocional, como do ponto de vista mitológico. Não é mau, mas queria genuinamente mais vindo do talento envolvido. Sabemos que Cooper é mais do que capaz de produzir narrativas totalmente pensadas com arcos de carácter satisfatórios.
O enredo do filme centra-se na Julia Meadows, uma professora numa pequena cidade do Oregon, e o seu irmão, Paul, o xerife local, preocupam-se com um dos seus alunos, um jovem rapaz chamado Lucas Weaver que mantém secretamente uma criatura sobrenatural dentro da sua casa.
Uma professora com traumas de infância que vê o mesmo comportamento que tinha quando era criança num dos seus alunos é a mendicidade deste filme. Mas Lucas está a passar por algo muito mais do que um simples abuso doméstico.
Embora por vezes as personagens não pareçam encaixar bem na história, o filme é capaz de dar ao espetador um bom susto com metáforas de lado. Gostaria de ver Del Toro mais envolvido no filme, tenho a certeza que ele o teria tornado ainda melhor do que está.