Nos últimos anos, a Google tem sido uma das empresas tecnológicas mais proeminentes na luta contra as alterações climáticas. No entanto, a gigante tecnológica enfrenta desafios significativos na sua missão de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. De acordo com o mais recente relatório ambiental da empresa, as emissões aumentaram 48% nos últimos cinco anos, com um aumento de 13% apenas no último ano, em grande parte devido ao consumo energético dos seus centros de dados. A notícia está no Guardian.
Os centros de dados da Google são cruciais para o funcionamento dos seus serviços, mas também são grandes consumidores de energia. Estes centros são responsáveis por uma parte significativa das emissões de gases com efeito de estufa da empresa. Apesar de serem 1,8 vezes mais eficientes em termos energéticos do que a média, a crescente procura por serviços de inteligência artificial (IA) tem exacerbado o problema. A IA, embora promissora em muitos aspetos, requer uma quantidade substancial de poder computacional, o que, por sua vez, aumenta o consumo de energia.
A Google tem implementado várias iniciativas para mitigar o impacto ambiental dos seus centros de dados. Uma das estratégias é a eletrificação dos seus escritórios e a expansão do seu portfólio de energias renováveis. Até ao final de 2023, a empresa conseguiu igualar sete anos consecutivos de consumo de energia com fontes renováveis, apesar do aumento do consumo.
Além disso, a gigante tecnológica tem investido em métodos de arrefecimento a água para os seus centros de dados. Esta abordagem pode reduzir significativamente o consumo de energia, mas também levanta preocupações sobre o uso de recursos naturais. Para enfrentar este desafio, a Google comprometeu-se a repor 120% da água que utiliza nos seus centros de dados e escritórios até 2030. No entanto, em 2023, este valor era apenas de 18%.
A Google não é, no entanto, a única a enfrentar este tipo de desafios. Outras empresas tecnológicas, como a Microsoft, por exemplo, também têm lutado para equilibrar a inovação em IA com as suas metas de sustentabilidade. Recentemente, Brad Smith, presidente da Microsoft, destacou que a estratégia de IA da empresa tinha impactado negativamente os seus objetivos de redução de emissões.
A Google reconhece que atingir a meta de emissões líquidas zero até ao final da década será um desafio monumental. A empresa prevê que as suas emissões totais de gases com efeito de estufa aumentem antes de começarem a diminuir, à medida que continua a expandir os seus serviços e a investir em novas tecnologias. No entanto, permanece otimista quanto ao futuro.
A Google, juntamente com outras empresas tecnológicas, tem o potencial de liderar a mudança para um futuro mais verde e sustentável, mas isso exigirá esforços concertados e uma abordagem multifacetada para enfrentar os desafios ambientais de hoje.
Fonte: Guardian