A tecnologia que falsifica vídeos, imagens ou gravações já é tão realista que nos faz duvidar do que estamos a ver e, por isso, também já está a ser usada no mercado de trabalho. Há entrevistas remotas no campo da indústria tecnológica a serem feitas com deepfakes. Esta notícia é alarmante na medida em que coloca em risco os dados confidenciais das empresas empregadoras e dos seus clientes.
Este avanço coloca em causa o impacto que estes vídeos fabricados podem ter também no plano político.
De acordo com o FBI, há quem use deepfakes nas candidaturas a empregos remotos e nesse contexto os falsos candidatos fazem-se passar por outra pessoa durante as entrevistas. O Centro de Queixas de Internet do FBI adianta que notou um grande aumento das denúncias do uso desta tecnologia e de roubos de Informação Pessoalmente Identificável (PII). “Ao contrário de muitos crimes tradicionais, os que acontecem no mundo digital podem ser facilmente partilhados, repetidos e até vendidos, o que permite que os criminosos adotem técnicas de marketing dos próprios crimes que são oferecidos como serviços”, alertou o autor Matthew Caldwell.
Os empregos onde mais se regista o recurso a deepfakes são no ramo tecnológico, incluindo a programação ou outros trabalhos ligados à gestão de dados ou ao uso de softwares. Quando isto acontece, os tais funcionários que não existem acabam por ter acesso a dados pessoais de clientes dessas empresas, dados corporativos e financeiros.
Quem é enganado pelas deepfakes nas entrevistas não consegue perceber que as ações e movimentos não estão sincronizados com o áudio. O FBI alerta que a falta de sincronização quando alguém espirra ou tosse também é um sinal de alerta a ter em conta. Deepfakes são crime de Inteligência Artificial.
Fonte: Interesting Engeneering