A Zoom Video Communications vai cortar 15% da sua força de trabalho, ou seja, cerca de 1.300 empregos, ao mesmo tempo que se prepara para reduzir o salário base dos líderes executivos, à medida que a elevada procura dos serviços de videoconferência alimentada pela pandemia está, efetivamente, a desacelerar.
As ações da empresa subiram cerca de 9% com a notícia, depois de caírem 63% no ano passado.
Ao anunciar as demissões, o executivo-chefe Eric Yuan também disse que aceitará um corte salarial no próximo ano fiscal, dispensando o seu bónus empresarial de 2023. “Trabalhamos incansavelmente, mas também cometemos erros. Demorámos a fazer uma análise minuciosa e a avaliar se estávamos a crescer de forma sustentável, porque tivemos outras prioridades”, disse Eric Yuan.
A empresa, que se tornou extremamente popular durante o período mais crítico da pandemia devido às suas ferramentas de videoconferência, viu o crescimento da receita diminuir em 2022.
Os analistas veem que a receita da Zoom aumentou apenas 6,7% no ano fiscal de 2022, após um salto de mais de quatro vezes na receita e um aumento de nove vezes no lucro em 2021. Estima-se que o lucro tenha caído 38% em 2022.
A Zoom aumentou as contratações durante a pandemia para atender à crescente procura pelos seus serviços, mas agora junta-se a empresas americanas para controlar os custos e para se preparar para uma possível recessão.
Várias empresas americanas, do Goldman Sachs Group à Alphabet, demitiram milhares de profissionais nestes últimos meses para enfrentar a significativa quebra na procura dos seus serviços provocada pela elevada inflação e aumento das taxas de juros.
A empresa de software de videoconferência também disse que a sua equipa de liderança executiva vai ter o salário base reduzido em 20% no mesmo período. Os funcionários que saem receberão 16 semanas de salário, cobertura de saúde e bónus anual para o ano, acrescentou Yuan.