Um novo estudo está a pôr em causa a Lei da Conservação do Momento Linear num espaço curvo, de Sir Isaac Newton, considerada até agora uma constante da Física. Muito resumidamente, o que esta Lei nos diz é que quando um objeto, pessoa ou animal se move, tem de exercer uma força contra qualquer outro objeto.
E o que a equipa de investigadores da Georgia Tech provou é que não é bem assim: afinal, quando um corpo existe num espaço curvo, pode movimentar-se sem exercer força sobre outro corpo. O estudo foi apresentado num artigo nos Proceedings of the National Academy of Sciences, que pode ler-se aqui.
A partir da descoberta, a equipa liderada por Zeb Rocklin, professor de Física na Georgia Tech, criou um robô circunscrito a uma superfície esférica, num ambiente hermeticamente isolado, de modo que os efeitos causados pela curvatura da superfície predominassem. Assim, o robô conseguiu movimentar-se dentro de uma esfera.
E o efeito previsto pela equipa, tão contra-intuitivo que é rejeitado pela maior parte dos físicos, efetivamente aconteceu: à medida que o robot mudava a sua forma, ganhava movimento que não podia ser atribuído a fatores ambientais.
A pesquisa mostra como os espaços curvos podem alterar fundamentalmente e desafiar as Leis e a intuição aplicável aos espaços planos, explica Rocklin.
Apesar de a NASA e a agência norte-americana de pesquisa avançada DARPA terem lançado projetos para criar um EmDrive (Motor Impossível) – que chegaram a resultar num protótipo que a NASA diz ser funcional – o Impossible Engine revelou até agora ser mesmo impossível.
O físico, matemático e astrónomo britânico Isaac Newton postulou as suas três Leis Fundamentais em 1687, ano em que publicou o seu Principia Mathematica, ou Princípios Matemáticos da Filosofia Natural. Atualmente, estas Leis ainda eram consideradas factos e certezas que a novidade agora anunciada vem por em causa.