Calor. O pior inimigo de qualquer aparelho tecnológico e, se me permitem, do homem. No nosso caso, ficamos mais preguiçosos, a sonolência aparece e, no geral, soamos que nem doidos. Nos nossos smartphones o mesmo acontece (ok, menos a parte do soar) e, se num momento temos o nosso telemóvel a demonstrar a performance que nos motivou a comprá-lo, com uma utilização mais intensiva esse poder de processamento esmorece.
Não é só o poder de processamento que esmorece, mas a própria vida útil da bateria se reduz e, em alguns modelos, uma mensagem pode até aparecer a indicar que o sistema irá suspender algumas aplicações ou colocar limites à sua utilização.
Numa altura onde o processamento, as aplicações e funcionalidades das câmaras dos nossos smartphones aumentam, as fabricantes procuram diversas soluções que procurem resolver e ajudar na dissipação de calor. Quer para uma utilização intensiva, para evitar a degradação de componentes internos ou, simplesmente, podermos jogar durante largos minutos com as definições ideais, estas são as medidas tomadas pelas fabricantes:
Arrefecimento líquido
Dos mecanismos mais modernos, o arrefecimento líquido resulta na dissipação de calor através de um tubo de calor que contém (adivinharam) líquido lá dentro. Este líquido aquecido então evapora por forma a libertar algum do calor do processador do telemóvel. Em alguns modelos é usado água para manter tudo refrescado.
Como os líquidos têm uma maior taxa na transferência de calor, a dissipação acontece de forma muito mais rápida do que se fosse usada uma solução de placa metálica.
Mas e se o líquido evapora, como é que se volta a reaproveitar este mecanismo? Aqui surge uma placa de difusão que volta a transformar o vapor em líquido.
Refrigeração por ar
Esta é uma solução mais em conta e, habitualmente, presente em telemóveis que não sejam topo de gama. Nesta opção, uma placa de alumínio é colocada por cima do processador. Esta placa, por estar mais próxima do corpo do dispositivo, transfere o calor gerado por este para a construção do telemóvel que, por fim, se dissipa.
O Xperia Pro é o dispositivo com a maior câmara de dissipação por ar do mundo. Este telemóvel recorre ainda a dissipação por líquido através de tubos de cobre extremamente finos e conhecidos como “capilares” que dissipam ainda mais calor.
Almofadas de Grafite
Outra solução existente é a utilização de almofadas de grafite na dissipação do calor. Com uma maior taxa de absorção e dissipação que o alumínio, a grafite apresenta-se igualmente como uma boa solução na dissipação de calor. A grande vantagem encontra-se no peso e espaço que ocupa no dispositivo.
Como sei o tipo de dissipação presente no meu smartphone?
Infelizmente, e a não ser que as empresas o divulguem para efeitos de marketing (como a Samsung fez com o Galaxy S7 ao apresentar uma solução líquida), o utilizador só conseguirá saber a escolha da fabricante através de vídeos no YouTube que demonstrem e navegam no aparelho.
O smartphone não se protege?
Não obstante estes métodos, os próprios mecanismos de proteção são ativados para reduzir a performance do aparelho. É por isso que, quando ou está muito calor, ou a utilização do aparelho é elevada, este chegue a pontos onde a interface parece que se engasga. É o chamado throttling que, em português, se traduz para estrangulamento (estrangular o desempenho).
O utilizador pode também proteger e salvaguardar o telemóvel. Isto tanto pode passar pelo desligar de algumas funcionalidades ou opções dos nossos smartphones e que obriguem a recursos adicionais (ex.: GPS), como pela escolha de uma capa de proteção mais fina.