No caso de andarem a viver debaixo de uma pedra e não saberem, as câmaras debaixo do ecrã nos smartphones circulam oficialmente no mercado desde o ano passado. O certo é que com o lançamento mundial da gama Fold e Flip da Samsung, as atenções começam a estar voltadas para a forma como estas tecnologias funcionam e se tal compromete a própria qualidade de imagem na hora de, por exemplo, fotografar ou filmar.
Como funciona a solução da Samsung?
Com uma resolução parca e que nem aparece oficialmente nas fotografias promocionais da marca, o Galaxy Z Fold 3 conta com uma câmara frontal de 4MP. Esta lente fica escondida por um emaranhado de píxeis que a camuflam por debaixo do ecrã. Quando a câmara não está em uso os píxeis, por conta do software e de estarmos perante um ecrã OLED, ligam-se para a camuflar. Na verdade, este arranjo é composto por 172 píxeis.
Wonderful knowledge: The UDC of Galaxy Z Fold3 has a total of 172 pixel points. pic.twitter.com/HMkT74pGvn
— Ice universe (@UniverseIce) August 13, 2021
Todavia, para contornar a baixa resolução e facilitar a maior entrada de luz possível, a Samsung colocou uma abertura grande, de f/1.8, e píxeis grandes que rondam os 2-microns.
A Solução da Xiaomi
Outra empresa que está na corrida e detalhou o seu processo em 2019 foi a Xiaomi. A empresa revelou como resolveu o problema das câmaras necessitarem de um elemento refletor para a entrada de luz.
Xiaomi's Under-Display Camera Technology could be the ultimate solution for a Full Screen Display coexisting with a front camera! RT if you love it. #InnovationForEveryone pic.twitter.com/8e7EdEBn8J
— Wang Xiang (@XiangW_) June 3, 2019
Tal acontece por uma tecnologia desenvolvida pela própria marca que torna uma parte específica do ecrã — a da câmara —, transparente numa questão de segundos. Este material usa um filtro especial e refletor no vidro por forma a não perturbar a qualidade de imagem.
A utilização deste vidro promete, segundo a marca, esconder por completo a inclusão do sensor. E, na verdade, apesar de começar o artigo ao referir a oferta da Samsung, por ser a disponível mundialmente, a Xiaomi já entregou esta tecnologia aos utilizadores este ano, com o seu Mi MIX 4.
A solução final da empresa aliou-se a um novo rearranjo dos píxeis, chamada de “Micro-diamond Pixels”.
Estes avanços em hardware só são possíveis quando aliamos software próprio por forma a que o processamento saiba e consiga lidar com diferentes tipos e ambientes luminosos, bem como extrair o máximo do que capta enquanto eliminar refrações indesejadas.
Importa, contudo, ter atenção quando escolhermos um equipamento destes e perceber até que ponto a sua qualidade de imagem consegue ser satisfatória para o uso corrente, quer na hora de capturar selfies, como nas alturas de videochamadas.