O acesso à Internet e aos serviços digitais é vital para alcançar a coesão entre os territórios da União Europeia. A conclusão veio da mais recente reunião da Comissão de Política Económica (ECON) do Comité das Regiões Europeu (CR), em nota enviada à imprensa.
A crescente clivagem digital entre as zonas urbanas e rurais é um dos principais desafios que os cidadãos e as empresas enfrentam na Europa. Os governos da UE, nacionais, regionais e locais devem, portanto, intensificar a cooperação para garantir um acesso digno à Internet e serviços digitais em áreas-chave como saúde, educação, serviços públicos e inclusão social.
A pandemia do COVID-19 destacou uma crescente divisão digital entre áreas urbanas e rurais bem conectadas, entre aqueles que sabem usar o espaço digital e aqueles que não sabem. A disponibilidade, o uso real da tecnologia e a capacidade de aproveitar as enormes oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais têm, portanto, um enorme impacto na coesão da UE e podem comprometer a realização dos objetivos da década digital de 2030.
Os membros do CR apelaram especialmente à disponibilização dos recursos necessários em diferentes regiões para que possam investir mais na digitalização, fornecer competências e formação aos cidadãos e, em última análise, desenvolver uma capacidade digital mais forte. O relator Gaetano Armao (IT/EPP), vice-presidente e ministro regional da Economia da Região da Sicília, disse que “temos a oportunidade de fazer uma transição eco-digital. Não podemos ter uma sem a outra. é uma política crucial para a recuperação da Europa na coesão digital e centra-se no papel essencial que a tecnologia desempenha na nossa vida: transportes, administração, inovação, ambiente. Não devemos esquecer as especificidades das ilhas e é por isso que a transição digital é essencial para eles e garantir que ninguém seja deixado para trás”.
Além disso, os membros da ECON aprovaram o projeto de parecer sobre a Lei Europeia das Chips, destacando em particular a importância dos chips para alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e a necessidade de produzir semicondutores de forma mais circular, a fim de reutilizar as matérias-primas e ser menos dependente em fornecedores de fora da UE. A crise atual revelou fragilidades estruturais nas cadeias de valor europeias.
Para apoiar a expansão e diversificação do setor de chips na União Europeia, as autoridades locais e regionais instam a UE a investir mais na implementação da Lei de Chips, baseando-se primeiro em clusters e ecossistemas existentes. As cidades e regiões podem desempenhar um papel importante para fortalecer a indústria europeia de semicondutores, reunindo todos os atores envolvidos para desenvolver ainda mais a produção local e as instalações de pesquisa.