Já está no espaço o terceiro e último módulo da China para completar a sua estação espacial permanente. Este é o culminar de mais de uma década de esforços para manter presença constante de tripulantes em órbita.
O módulo, designado Mengtian, significa “Sonho Celestial”, e junta-se ao Wentian como o segundo módulo de laboratório para a estação, coletivamente conhecida como Tiangong, ou “Palácio Celestial”. Ambos estão ligados ao módulo central, designado Tianhe, onde a tripulação vive e trabalha.
O módulo demorou 13 horas em voo antes de chegar ao Tiangong. É de referir que a estação espacial chinesa é atualmente habitada por uma tripulação composta por três astronautas, incluindo dois homens e uma mulher. O Mengtian pesa cerca de 20 toneladas e tem um comprimento de 17,9 metros e um diâmetro de 4,2 metros.
Este novo equipamento vai fornecer espaço para conduzir experiências científicas em gravidade zero, uma câmara de ar para exposição ao vácuo do espaço e um pequeno braço robótico para suportar cargas extra veiculares. O laboratório de 23 toneladas foi projetado para experiências científicas e biológicas e é mais pesado do que qualquer outra nave de módulo único atualmente no espaço.
Outra nave de carga não tripulada deve atracar na estação, no próximo mês, com outra missão tripulada já programada para dezembro. As tripulações devem sobrepor-se durante algumas semanas, já que o Tiangong pode acomodar seis astronautas.
No próximo ano, a China planeia lançar o telescópio espacial Xuntian, que, embora não faça parte do Tiangong, orbitará em sequência com a estação e pode acoplar ocasionalmente na estação espacial para manutenção. Ao todo, a estação terá cerca de 110 metros cúbicos de espaço interno pressurizado. O programa espacial tripulado da China completou oficialmente três décadas este ano, mas começou realmente em 2003, quando a China se tornou o terceiro país, depois dos EUA e da Rússia, a colocar um ser humano no Espaço.
O estabelecimento da estação espacial é de grande importância para a causa aeroespacial da China. Da aprovação oficial do programa espacial tripulado, em 1992, à conclusão da construção em órbita, a ser realizada em 2022, os chineses esperaram 30 anos para terem um lar no espaço. Especialmente na última década, a China entrou num período acelerado do desenvolvimento aeroespacial. O país realizou 274 lançamentos e o maior número ocorreu nos últimos cinco anos, somando 192, ocupando 43,2% do número total de foguetes lançados da série Longa Marcha.
A estação espacial da China é o primeiro projeto desse tipo na história que é aberto a todos os estados-membros da ONU, uma vez que o país tem persistido nos princípios de uso pacífico, igualdade e benefício recíproco e desenvolvimento comum para desenvolver a sua causa dos voos espaciais tripulados.
Outra sonda chinesa está à procura de sinais de vida em Marte. As autoridades também estão a considerar realizar uma missão tripulada à Lua.
Fonte: The Register