Centenas de clientes (particulares, empresas e até Câmaras Municipais) de um stand de automóveis em Vila do Conde, no Porto, ficaram com as baterias dos seus carros elétricos bloqueadas sem qualquer aviso.
Segundo o Jornal de Notícias o problema aconteceu com os Renault Zoe importados e vendidos em segunda mão. Todos os veículos têm fatura de “viatura sem aluguer de bateria” e registo de propriedade sem qualquer reserva extraordinária. Os carros dão a mensagem de “carga bloqueada”.
A financeira RCI, do grupo Renault, invoca contratos de aluguer de baterias celebrados no estrangeiro. Por sua vez, o stand em causa, o E-Drive, alega que “o contrato cessa com a exportação”; esta troca de argumentos já está em tribunal e com inúmeras denúncias no Portal da Queixa. O contrato é celebrado com a Famaburgo, empresa que importa os veículos e os vende à portuguesa E-Drive. Outro problema é que a morada dessa empresa é a mesma que a do stand.
Uma das clientes lesadas apresentou ao Ministério Público (MP) de Loures uma queixa por burla contra o stand E-Drive, mas o caso foi arquivado porque o MP concluiu que não tinha ficado provado que a viatura tivesse baterias de aluguer.
A Mobilize Financial Services Portugal (MFS Portugal) diz que já recebeu 18 reclamações e, “face à dimensão da alegada fraude”, as filiais estrangeiras ponderam também ir para tribunal.
A Mobilize envia ao comprador um novo contrato de locação para a bateria. Até ser devolvido assinado, o pagamento deverá continuar a ser efetuado por quem celebrou o contrato, ou seja, à Famaburgo – a importadora dos carros, que vende as viaturas à E-Drive. Terá sido esta empresa que solicitou o bloqueio das baterias para que não lhe fossem cobradas mais rendas.
O aluguer de baterias significava uma diferença de 8 a 10 mil euros, no modelo Zoe, cuja comercialização foi abandonada em 2019.
Fonte: Jornal de Notícias