Foi no ano passado que Aqueles que me desejam a Morte, um filme com a conceituada Angelina Jolie e o conhecido Aidan Gillen, de Guerra dos Tronos, chegou aos cinemas após alguns atrasos. Estando já disponível e a passar em alguns canais de cinema em Portugal, julgo que está na altura de falar dele. Daquilo que traz e da forma como o faz.
A história é, na verdade, bastante simples
A narrativa, bem acompanhada pela lente do realizador Taylor Sheridan, mostra Jolie, na pele de Hannah, como bombeira que recupera do trauma da má gestão de um incêndio por uma má interpretação sua no momento. É com esse trauma, anos depois, que se depara com a personagem vivida por Finn Little, Connor, que acaba de ver o pai ser morto por conta de um segredo de uma investigação sua.
A ação e tensão do filme desenrola-se numa floresta e no meio de um incêndio onde o principal objetivo é sobreviver e contar ao mundo o que o seu pai descobriu na investigação que fez.
A ação consegue ser intensa, especialmente pelo ambiente onde decorre, e algo a destacar é a grande humanidade nas personagens nas suas decisões e na própria forma como lidam com tudo o que está a acontecer. Acredito que, para muitos, o filme possa torna-se esquecível, o certo é que o que mais gostei nele foi que o que motiva toda a ação nunca é revelado.
Isto, na minha ótica, dá não só destaque às resoluções pessoais e internas de cada personagem, como dá poder ao espetador em interpretar o segredo da maneira que bem entender. Depreende-se com o filme que envolva algo relacionado ao mundo da política e financeiro, mas a narrativa consegue distanciar-se disso para ser um thriller realmente focado num único propósito: de sobreviver a quem quer a morte das personagens.
Considerei as atuações fabulosas para as situações decorrentes, o que leva a compreender como, efetivamente, o filme visa mais a componente relacional e humana do que recentes filmes semelhantes.
Já viram este filme? O que acharam dele? Deixou-vos com um sabor amargo ou deu-vos em que pensar?