A Agência Espacial Europeia (ESA) encerrou oficialmente a sua cooperação com a Rússia na missão ExoMars para encontrar vida no Planeta Vermelho. A ESA e a Roscosmos, agência espacial da Rússia, estavam a colaborar numa missão para procurar sinais de vida em Marte usando o rover europeu ExoMars.
A notícia, anunciada pelo chefe da ESA e presente na Euronews, vem depois de uma suspensão do programa em março devido ao aumento das tensões entre a Rússia e o Ocidente sobre a guerra na Ucrânia.
O lançamento inicial do rover estava programado para julho de 2020, mas foi adiado devido à pandemia. O rover também foi projetado para fazer furos até dois metros de profundidade para recolher amostras de rocha marciana para análise.
“Anteriormente, quando foi suspenso, a equipa europeia conjunta trabalhava normalmente – com um sentimento triste, mas ainda havia esperança”, disse Oleg Korablev, cientista do Instituto de Pesquisa Espacial da Rússia que estava envolvido no programa ExoMars.
“Ficámos muito felizes quando a ESA chegou à Roscosmos com esta proposta. É triste que tenhamos encerrado esta missão, que exigiu muito esforço ao longo de muitos anos”, disse à Euronews.
Desde a decisão de suspender a colaboração com a Rússia no ExoMars, a ESA tem estado a avaliar como pode substituir as contribuições da Rússia, que incluem o lançamento de Proton da espaçonave e a plataforma de pouso Kazachok, bem como instrumentos e unidades de aquecimento de radioisótopos no rover.
As opções podem incluir a cooperação com a NASA, bem como outras alternativas inteiramente europeias.
As relações entre os dois países andavam tremidas nos últimos meses e agravaram-se a 4 de julho, quando a Roscosmos publicou fotos de cosmonautas russos a segurarem bandeiras de duas regiões da Ucrânia ocupadas por forças russas. A 7 de julho a NASA divulgou um comunicado a criticar a Rússia pelo gesto.