A Agência Espacial Europeia anunciou que estão a ser feitos cálculos no sentido de se estabelecer um fuso horário lunar. O assunto começou a ser discutido em novembro de 2022.
Tendo por base a Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, sabe-se que o tempo é relativo e a forma como passa na Terra não será a mesma que se verifica noutros corpos celestes.
Na lua os relógios passam 56 microssegundos mais rapidamente que no nosso planeta. Mesmo na Terra os cientistas já demonstraram que ocorrem minúsculas distorções temporais consoante a altitude em que o relógio está posicionado.
Esta necessidade de criar um fuso horário lunar tem a ver com a quantidade de operações lunares que se estão a realizar, pelo que é necessário estabelecer uma localização independente, ligada ao satélite natural. Ao considerar-se data e hora terrestres, devido à variação temporal, será necessário continuar a fazer múltiplos cálculos para que os registos funcionem devidamente.
No entanto, para os cientistas, a maior dificuldade é definir quem será o responsável por esse feito. Afinal, são muitas as agências espaciais envolvidas, de diversos países, que têm de chegar a um consenso. Neste momento, sem um horário lunar padrão, cada missão lunar é executada no horário do país que está a operar a nave espacial.
Caso este projeto seja bem-sucedido, podem vir a ser criados outros fusos horários para outros planetas do nosso sistema solar.
“O sistema de tempo acordado também terá que ser prático para os astronautas”, disse Bernhard Hufenbach, membro da Equipa de Gestão da Secção de Exploração Humana e Robótica da Agência.
“Este é um grande desafio para uma superfície planetária onde na região equatorial cada dia dura 29,5 dias, incluindo noites lunares geladas de quinze dias, com toda a Terra a ser apenas um pequeno círculo azul no céu escuro”, continuou Hufenbach. “Mas tendo estabelecido um sistema de tempo de trabalho para a Lua, podemos fazer o mesmo para outros destinos planetários”, concluiu.