A Inteligência Artificial (IA) tem vindo a demonstrar cada vez mais os seus perigos. As IAs como a GPT-4 estão a ser desenvolvidas para não representarem uma ameaça para as pessoas. Contudo, existem outras que não possuem estas limitações e operam em áreas cinzentas ou mesmo obscuras para a legislação da maioria dos países. Já existem ideias para detetar se um vídeo é um deep fake, mas em muitos casos não é tão simples quanto parece e criam uma percepção nas pessoas de que algo está a acontecer quando na realidade não está.
Em 2024, um ano que promete ter um dos maiores números de eleições democráticas na história do planeta, a IA pode ser utilizada por aqueles que querem inclinar a balança para os seus candidatos ou mesmo para tentar destruir o sistema eleitoral que prevalece nos seus respectivos países. Isto demonstra novamente que a IA pode ser uma grande vantagem para o ser humano, mas também pode ter uma série de perigos inevitáveis e que serão cada vez mais perigosos à medida que avançamos no seu desenvolvimento.
Em 2024, mais de 50 países estarão em processo eleitoral, o que significa um dos anos com mais eleições já realizadas no planeta. Países como El Salvador, África do Sul, Estados Unidos ou Taiwan são apenas alguns exemplos da enorme quantidade de países que irão realizar eleições.
Este é o ponto em que aqueles que querem minar a legitimidade dos candidatos ou mesmo do sistema começam a trabalhar. Este tipo de informação falsa surgirá em comunidades específicas e a partir daí começará a ser difundida através de comunidades muito mais amplas e onde a maioria da população está presente.
Apesar disso, existe uma forma de combater estes deep fakes e notícias falsas criadas por uma IA. A chave não está em eliminá-los sistematicamente das redes sociais, pois seria contraproducente. Em vez disso, a solução passa por utilizar sistemas como as notas da comunidade para tornar claro que essas publicações são falsas e que todos possam vê-las.
Isto permitirá à sociedade sensibilizar-se e compreender que a verificação de dados é fundamental para ter um acesso sólido ao conhecimento real do processo eleitoral. Algo que parece que será cada vez mais difícil.
Assim, à lista de preocupações com a IA, como as profissões que vão desaparecer, temos de adicionar também o grande problema da desinformação. Atualmente, as IAs não são suficientemente refinadas para nos fazer acreditar numa informação falsa, mas com a melhoria das IAs de vídeo e imagem, é claro que essa via está cada vez mais próxima e apresenta um futuro de bastante incerteza no que diz respeito à informação.
A IA tem o potencial de ser uma ferramenta poderosa para o progresso humano, mas também apresenta riscos significativos, especialmente no que diz respeito à disseminação de desinformação. À medida que avançamos para um futuro com mais eleições democráticas, é crucial que tomemos medidas para combater a disseminação de deep fakes e notícias falsas criadas por IA. A chave para isso pode estar em sistemas como as notas da comunidade, que permitem identificar e sinalizar publicações falsas. No entanto, também é importante que a sociedade se torne mais consciente da importância da verificação de dados.