Com um leilão que se arrastou mais do que o devido, o 5G ganha destaque no marketing das operadoras do nosso país. O que muitos podem não saber é que existem, na realidade, dois tipos de variante. Do que falo? Falo das ondas mmWave e Sub-6.
mmWave
Com um comprimento de onda mais curto que a outra variante, as mmWave permitem velocidades que podem chegar aos 2Gb por segundo. Todavia, por serem ondas de comprimento mais curto, as mesmas têm um curto alcance, tendo ainda dificuldades em penetrar edifícios.
Estas ondas, geralmente no espectro dos 24GHz, apesar de permitirem “a grande revolução”, não chegarão, para já, a Portugal. A prova disto encontra-se no leilão, onde a faixa de transmissão de 3,6GHz é a que conta com mais propostas pelas operadoras e não existe nenhuma oferta da ANACOM para uma faixa superior às 24GHz. Os próprios smarpthones 5G vendidos em Portugal não suportam esta variante pura e rápida do 5G. A razão? Simples: os mesmos não estão equipados com as antenas adicionais para o mesmo. Uma vez que estas ondas milimétricas têm dificuldade em penetrar elementos como o alumínio ou vidro (os constituintes dos nossos telemóveis), iríamos precisar de smartphones muito mais “robustos” para usufruir em pleno das velocidades desta rede.
Um exemplo deste equipamento é o Xperia Pro, construído com um material desenvolvido pela Sony e que permite uma boa receção desta frequência de 5G.
Sub-6 5G
Este “sub” 5G atua em bandas inferiores a 6GHz (daí o nome), permitindo alcançar velocidades muito superiores ao atual 4G. Estas ondas, ao contrário das mmWave, conseguem penetrar objetos e alcançar distâncias superiores. Algo nunca parece tão “perfeito”, e o certo é que esta Sub-6 não conseguirá chegar aos valores de 1GB por segundo e que é o slogan de toda a infraestrutura 5G.
Existe uma outra variante…
Visto que a implementação do 5G permite a criação de novas infraestruturas (e partilhadas entre todas as operadoras), será esperado que, nos primeiros tempos (talvez anos, não estivéssemos nós em Portugal), chegar a algo como 1Gbs irá demorar o seu tempo. É aqui que entra o 5G low-band.
O 5G low-band funciona nas frequências abaixo dos 1GHz e consegue, por isto, viajar a frequências muito superiores às redes anteriores. Claro que isto leva à pergunta: vai ser realmente diferente do 4G? Bem, não. Apesar destas ondas “serem 5G”, as velocidades atingidas estão longe de ser as prometidas. Estas acabarão por se tornar como uma “transição” entre as diferentes redes. O mesmo aconteceu com o 4G, onde só nos últimos anos temos visto uma cobertura total do 4G+.
Considerada assim uma faixa de rede popular, levou a que o espectro da TDT fosse alterado para que este low-band 5G se pudesse instalar nesta faixa (a dos 700MHz).